Os erros que explicam as eliminações do Corinthians na Pré-Libertadores e na Sul-Americana

  • Corinthians não confirmou favoritismo no Grupo C e foi eliminado em terceiro lugar
  • Timão terá somente Brasileirão e Copa do Brasil até o fim da temporada
Corinthians foi eliminado após derrota para o Huracán por 1 a 0
Corinthians foi eliminado após derrota para o Huracán por 1 a 0 / Daniel Jayo/GettyImages
facebooktwitterreddit

O Corinthians voltou a decepcionar sua torcida com mais um vexame continental na última terça-feira (27), com a derrota por 1 a 0 para os reservas do Huracán, resultado que significou a eliminação precoce do clube na Copa Sul-Americana. Mesmo com a saída de Ramón Díaz, a comissão técnica de Dorival Júnior não conseguiu impedir que o Timão acumulasse duas quedas eliminações em um período tão curto no primeiro semestre da temporada, após o fiasco sofrido na fase prévia da Conmebol Libertadores diante do Barcelona-EQU.

Após encerrar a fase de grupos tendo vencido somente os jogos contra o Racing-URU – um dos piores times da Sul-Americana –, o Corinthians precisará de uma urgente correção de rota para a sequência da temporada. A seguir, o 90min lista alguns dos motivos que explicam ambas eliminações.

1. Faltam soluções para o funcionamento coletivo do meio-campo

Andre Carrillo
André Carrillo voltou a ser escalado na linha lateral / Daniel Jayo/GettyImages

Dorival Júnior sofreu com o mesmo problema que Ramón Díaz precisou lidar na atual temporada, com a falta de soluções práticas para fazer o meio-campo funcionar diante das opções que o elenco permite. Enquanto o argentino insistiu no losango (4-3-1-2), o técnico brasileiro tentou mais uma vez testar André Carrillo na linha lateral, ao lado de José Martínez e Breno Bidon, mesmo que esta opção tenha sido ineficaz com a comissão técnica anterior.

Desta forma, o Corinthians não consegue fazer com que a bola chegue aos seus atacantes com frequência, permitindo que o adversário se estabeleça em segurança no sistema defensivo. Diante do Huracán, Rodrigo Garro foi acionado em seu retorno desde a final do Paulistão, mas o argentino não causou o impacto esperado em um sistema já comprometido desde a escalação inicial.

2. Desconcentração voltou a causar impacto negativo

Huracá
Watson se antecipou á marcação para marcar o gol do Huracán / LUIS ROBAYO/GettyImages

Além da notável dificuldade de criação, outro problema marcante no trabalho de Ramón Díaz voltou a ficar evidente com Dorival Júnior: a desconcentração do sistema defensivo com erros técnicos simples levando à gols adversários. O Timão voltou com Talles Magno no lugar de Martínez no início do segundo tempo, mas antes do primeiro minuto, o sistema defensivo "travou" em cruzamento pela direita. Franco Watson se antecipou e aproveitou o enorme espaço para marcar o gol da vitória.

Cabe relembrar que parte da eliminação na Libertadores ocorreu após um lance "infantil" de João Pedro Tchoca, permitindo que o Barcelona-EQU pudesse abrir o placar antes do intervalo no jogo de ida da fase prévia da Libertadores, dando a confiança necessária para os equatorianos pressionarem e concluírem a goleada de 3 a 0.

3. Investigações sobre Augusto Melo causaram impacto em 2025

Augusto Melo
Augusto Melo atrapalhou o time do Corinthians buscando sempre a manutenção do cargo / Sports Press Photo/GettyImages

Acumulando problemas desde o início da gestão, com frases sem nenhum efeito prático e promessas vazias, Augusto Melo foi afastado oficialmente da presidência do Corinthians após votação do Conselho Deliberativo ocorrida nesta semana. No entanto, vale destacar que o elenco do Timão esteve “fechado” com o agora ex-presidente quando surgiram as primeiras informações que levaram ao início das investigações policiais devido ao contrato assinado com a VaiDeBet em 2024. No entanto, a situação evoluiu desde o início de 2025 e o apoio foi minando gradativamente.

Augusto Melo sempre tentou ficar agarrado aos resultados esportivos para se manter no cargo. Sendo assim, a demissão de Ramón Díaz foi uma desesperada tentativa de transferir a responsabilidade pela queda do desempenho, enquanto ficava cada vez mais clara corrupção existente na diretoria. Sem demonstrar nenhum remorso, o ex-presidente seguiu no cargo até sofrer o impeachment, devido ao avanço nas investigações envolvendo lavagem de dinheiro, desvios e organização criminosa.


Leia mais sobre o Corinthians em:

feed