O que está em jogo para PSG e Inter de Milão na final da Champions League 2024/25

Em uma decisão de Champions League que desafiou as previsões inicias da temporada 2024/25, as equipes de PSG e Inter de Milão medirão forças neste sábado (31), às 16h de Brasília, na Allianz Arena, sendo esta uma final que já entrou para a história. Os parisienses buscam o seu primeiro título, enquanto a Inter tenta alcançar o seu tetracampeonato para subir de patamar no cenário europeu e devolver a Itália ao “lugar mais alto do pódio”.

Pensando na importância que o título terá para ambos os clubes, o 90min preparou uma análise apontando as principais qualidades dos trabalhos executados por PSG e Inter de Milão durante a temporada, explicando o que está em jogo nesta decisão para os dois projetos.

PSG busca consolidar trabalho coletivo em detrimento dos "galácticos"

A saída de Kylian Mbappé ao Real Madrid sem custos causou um impacto gigantesco antes do início da temporada 2024/25 para o PSG, mas o técnico Luis Enrique pareceu sempre ter a certeza de que sua equipe renderia melhor com uma estrutura mais coletiva sem priorizar individualidades. Muitos discordaram da visão do experiente treinador, mas a previsão se mostrou acertada doze meses depois, com um impressionante rendimento ofensivo e a conquista da Ligue 1 com seis rodadas de antecedência sem perder jogos.

A fragilidade do nível técnico do futebol francês foi um dos pontos que levaram ao PSG de Lionel Messi, Neymar e Mbappé ao fracasso de não ter conquistado títulos continentais durante a passagem do trio em Paris, com a final da Champions League em 2020 tendo sido marcada pela derrota na decisão contra o Bayern de Munique. Sendo assim, o título do PSG colocará a França no topo pela primeira vez desde 1993, quando o Olympique de Marselha se tornou o primeiro e único campeão da Champions.

O PSG chegou à semifinal duas vezes nos quatro anos seguintes após a traumática derrota na final, mas a contratação de Luis Enrique em 2023 rompeu definitivamente com o projeto que priorizava o marketing e a contratação de nomes badalados. As saídas de Messi para o Inter Miami e de Neymar rumo ao Al-Hilal permitiram que o técnico conseguisse ter maior liberdade para aplicar suas filosofias de jogo concentradas em pressão alta e forte intensidade.

Parte considerável da construção coletiva potencializou o jogo de Ousmane Dembélé, um atacante que encaixou perfeitamente como ponta e virou referência no terço final. Contudo, o maior acerto na gestão do PSG em 2024/25 ocorreu em janeiro, quando Khvicha Kvaratskhelia foi contratado para encorpar o poder de fogo ofensivo do time parisiense, potencializando também o entrosamento da dupla Vitinha e João Neves no meio-campo.

Outros destaques notáveis consistem nas excelentes temporadas de Hakimi e Doué no campo ofensivo. Desta forma, um título para o PSG consolidaria o novo projeto esportivo da equipe parisiense, além de ser a vitória do "futebol moderno" baseado em domínio da posse de bola, pressão alta e intensidade nos movimentos táticos sem bola.

Inter aposta em experiência para consolidar táticas de Simone Inzaghi

Adversária do PSG nesta decisão histórica, a Inter de Milão parece não ter sentido a perda do título da Serie A Italiana e chega muito confiante após ter vencido o Barcelona na histórica semifinal com placar agregado de 7 a 6. Ou seja, superando o talento de Lamine Yamal graças, principalmente, à experiência das melhores referências do elenco e do trabalho aplicado pelo técnico Simone Inzaghi.

No confronto decisivo contra os atuais campeões de LaLiga, dez dos onze jogadores em campo na equipe titular possuíam mais de 25 anos, e Francesco Acerbi (37 anos) se tornou o segundo mais velho a marcar em jogos eliminatórias de Champions League, quando fez o gol que levou a decisão para a prorrogação. O planejamento de longo prazo em apostar na chegada de nomes experientes também se mostrou assertiva em 2023, quando Yan Sommer (36) foi contratado para repor a saída do contestado André Onana, goleiro que está prestes a perder titularidade no Manchester United.

Tendo eliminado o Bayern de Munique nas quartas de final e com somente uma derrota em oito jogos na fase de liga, a Inter de Milão teve um caminho menos tumultuado até chegar à decisão da Champions League, em sua segunda final nas últimas três temporadas. O desempenho excelente dos alas Denzel Dumfries e Federico Dimarco, além de outros nomes como Lautaro Martínez e Benjamin Pavard foram essenciais nesta trajetória, com jogadas bem ensaiadas e uma defesa muito consistente, principalmente na bola aérea.

Simone Inzaghi é um dos maiores entusiastas do 3-5-2, fazendo com que os atacantes tenham movimentação contínua para apoiar na construção e uma pressão muito disciplinada, buscando interromper a progressão ofensiva adversária com equilíbrio no meio-campo.

Sendo assim, uma vitória da Inter de Milão significaria a consolidação da retomada da Itália como um dos grandes protagonistas do futebol europeu e a confirmação do sucesso esportivo da gestão norte-americana (Oaktree Capital Management). Sendo assim, evitando um frustrante desfecho de temporada sem títulos após eliminações na Copa da Itália e Supercopa da Itália para o Milan.

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