Qual foi o jogo mais difícil da campanha do Athletico-PR até a final da Libertadores?
Por Lucas Humberto
Em contagem regressiva para o duelo mais importante do ano, o Athletico Paranaense dificilmente será apontado como favorito diante do Flamengo na decisão da Copa Libertadores. No entanto, o Furacão pode se agarrar ao fato de já ter ido contra os prognósticos em pelo menos duas ocasiões nesta edição do torneio da Conmebol.
No âmbito dos confrontos emblemáticos, os embates da semifinal certamente serão citados pelo torcedor. E devem, afinal, superar um dos melhores times do país, com direito a empate heroico em pleno Allianz Parque, certamente é um feito para pouquíssimos. Mas, antes de encarar o Palmeiras, Felipão precisou atravessar a maior das dificuldades em solo argentino.
Na ida das quartas de final, o empate sem gols com o Estudiantes na Arena da Baixada indicava um cenário completamente adverso para os comandados de Scolari. Em La Plata, a pressão da torcida mandante seria gigantesca. E foi. Mas nada comparado ao domínio dos argentinos dentro das quatro linhas, sobretudo no primeiro tempo.
Bento precisou trabalhar muito nos 45 minutos iniciais. A partida era truncada com direito a empurrões, faltas e pouquíssimas chegadas produtivas do Furacão. Na segunda parcial, o Estudiantes pressionou ainda mais, mas desta vez os paranaenses conseguiram demonstrar certo domínio. Durou pouco.
Aos 20 minutos, o ápice de qualquer polêmica. Lollo encontrou o caminho das redes, mas o gol foi anulado. Após consultar o VAR, o árbitro entendeu que Morel, em posição de impedimento, atrapalhou a visão de Bento no momento do chute. A decisão, claro, não foi bem aceita. Foram minutos e minutos de reclamações, algo que acabaria sendo benéfico para os brasileiros.
A igualdade no placar prevalecia. Naquela altura do campeonato, a disputa de pênaltis parecia digna do equilíbrio defensivo dos envolvidos ao longo de 180 minutos. Até que, Vitor Roque, que havia entrado aos 14 do segundo tempo no lugar de Canobbio, aproveitou sua única chance clara para mandar a bola ao fundo da rede. Aos 50 minutos.
Com 17 anos, o promissor atacante criado nas categorias de base do Cruzeiro colocou o Furacão na semifinal da Libertadores 17 anos depois do vice-campeonato de 2005. Ali, o camisa 39 encerrava uma verdadeira saga de alternâncias. Na volta, foram 22 finalizações dos argentinos, contra seis dos brasileiros. Mas nós sabemos bem quem está na grande decisão...