Presidente do Rio Branco mostra ansiedade por chegada de Bruno e normaliza críticas: "Era esperado"
Por Antonio Mota
A contratação de Bruno Fernandes, ex-Flamengo, por parte do Rio Branco, do Acre, para a sequência do Campeonato Acreano, tem gerado controvérsias em todo o futebol brasileiro. Em entrevista, no entanto, Valdemar Neto, presidente do clube, reforçou o peso positivo da chegada do goleiro e revelou ansiedade para sua chegada ao Estrelão.
“Eu já decidi anunciar logo no domingo passado para não pegar ninguém de surpresa. Tínhamos chegado a um acordo e, agora, esperamos que o Bruno chegue até esta sexta-feira aqui no Acre. Ainda não definimos quando vai ser a apresentação oficial”, explicou o dirigente, em conversa com o LANCE!
O anúncio para ‘evitar surpresas’, porém, culminou em uma série de reações – entre antis e contras a contratação – na internet e também ao Rio Branco. A título de exemplo, a Rede Arasuper de Supermercados cancelou o patrocínio ao clube: “O apoio era de fundamental importância para o trabalho realizado junto a jovens e crianças nas categorias de base, que serão duramente penalizados”, publicou a empresa.
“O patrocinador nos ajudava nas categorias de base. O Rio Branco tem um projeto social para crianças. A parceria com a rede de supermercados não chegou a afetar a equipe profissional”, comentou Neto, acrescentando: “Temos vida própria. Contamos com toda uma estrutura para arcar com a nossa folha de pagamento, que é alta para os padrões daqui do Acre. O acordo com o Bruno, inclusive, foi feito graças a uma parceria com uma empresa do Rio de Janeiro”, completou.
Valdemar Neto também comentou sobre as críticas dos torcedores do Rio Branco e tratou a situação como ‘normal’. “Está bastante dividido, a gente percebe pelas enquetes de sites. Muitos têm apoiado, mas vemos especialmente as mulheres se manifestando contra a chegada dele. Já era esperado este tipo de reação”, comentou o presidente.
Outra reação direta a contratação do goleiro, que cumpre regime semiaberto pelo homicídio da modelo Eliza Samudio e também pelo sequestro e cárcere privado de seu filho Bruninho, veio do feminino do clube alvirrubro, com o desligamento da técnica Rose Costa, que anunciou sua saída nas redes sociais.
O presidente, no entanto, falou que a treinadora não tinha vínculo com o Estrelão, mas apenas um acordo. O anúncio dela surpreendeu. " Ela era uma técnica de futebol de salão daqui no Acre e me apresentou um projeto para o Rio Branco ter uma equipe feminina. Na época achei bom, interessante. Mas a gente ainda ia se reunir para decidir o que fazer. A pandemia veio e a negociação ficou suspensa. Agora me surpreende o que ela falou", pontuou.
Em seguida, o mandatário optou por não entrar em questões judiciais. “As leis estão aí para serem cumpridas. Tem gente, inclusive deputada federal, invadindo nossas redes sociais para falar de feminicídio. Não adianta crucificar para sempre uma pessoa, nem ficar fazendo campanha contra. Caso ache errada uma decisão, vá lá e mude a lei!”, desabafou.
Por fim, Valdemar Neto disse que Bruno fez apenas uma exigência para acertar com o Rio Branco. “Ele pediu o pagamento de salários em dia. Como o clube é da região Norte, disputa a Série D, acredito que tenha ficado desconfiado”, explicou. As negociações foram intermediadas por uma empresa do Rio de Janeiro e levaram cerca de três meses.
Mariana Migliorini, advogada de Bruno, disse que todos os tramites judicias para a mudança do goleiro para o Acre estão sendo feito. “Ele tem um salvo-conduto de 30 dias para estabelecer qual será o domicílio. Ficará no apartamento ou nas instalações do clube, mas já tem um lugar para residir e realizar seus treinamentos”, disse.
“Ele ficará no alojamento do clube. Por mais que tenha um renome, o tratamos da mesma forma que o restante do elenco”, garantiu o presidente.
As informações acima são do Isto É.
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