O que explica a fúria de Cristiano Ronaldo e a camisa atirada em campo após a vitória da Juventus?

Ronaldo não estava feliz mesmo com o placar favorável à Juventus
Ronaldo não estava feliz mesmo com o placar favorável à Juventus / Stefano Guidi/Getty Images
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Na manhã do último domingo (11), a Juventus fez o dever de casa e venceu o Genoa por 3 a 1 em Turim, resultado importante para manter a Velha Senhora no pelotão da frente da Serie A Tim, mais precisamente na terceira posição com 62 pontos. Com a Inter de Milão disparada na liderança - abriu 12 pontos de frente restando apenas 8 rodadas para o fim do campeonato -, o objetivo da equipe bianconera parece ter sido reduzido à vaga na próxima Champions, ambição modesta para seu tamanho e para o investimento do clube.

O frustrante desenrolar de 2020/21 para a Juventus se 'materializa' no comportamento recente de Cristiano Ronaldo, principal estrela do time. Acostumado a empilhar troféus de grande porte - não à toa é o jogador em atividade com mais conquistas de Champions (5) -, o craque da camisa 7 ainda não conseguiu a glória continental vestindo a camisa preta e branca. A falta de competitividade da Velha Senhora na atual temporada vai na contramão do que é o luso, sempre ambicioso e sedento por mais taças e recordes. E essa falta de sintonia parece ser a explicação para o episódio de fúria do atacante após o apito final da partida contra o Genoa.

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Cristiano Ronaldo atirou sua camisa longe ao final da partida contra o Genoa / Jonathan Moscrop/Getty Images

Durante os 90 minutos de jogo, vimos o craque incomodado em campo, nervoso, reclamando com seus companheiros constantemente. Foi pouco acionado nos momentos agudos da equipe, e quando aconteceu, falhou. Saiu de campo sem ter balançado as redes, algo que certamente não lhe é natural. O repente de atirar sua camisa longe, no entanto, chamou atenção e parece não ter sido tudo: de acordo com a 'Gazzetta dello Sport', Cristiano seguiu o acesso de raiva nos vestiários, socando as paredes e deixando o estádio sem falar com ninguém.

Diante de tudo isso, acredito não ser precipitado concluir que CR7 não está feliz em Turim. Suas ambições individuais parecem ser maiores que as ambições do clube italiano, que ainda está bem longe de conseguir se desgarrar do velho pragmatismo que lhe trouxe tanto sucesso doméstico nos últimos anos. É como se a identidade da Juventus não batesse com o DNA do camisa 7: ele sempre quer atacar mais e mais, mesmo quando o placar já lhe é favorável, enquanto que a Velha Senhora se satisfaz com o 1 a 0. Não será surpresa, portanto, se o próximo verão trouxer um novo destino para o goleador lusitano.