O pior Barcelona da história
Por Antonio Mota
O Futbol Club Barcelona enfrenta uma das piores crises da sua história, senão a pior, tanto a nível econômico como esportivo. Nos últimos tempos, o clube perdeu qualidade e muitas estrelas, como Lionel Messi. E essa não é bem uma novidade, uma vez que a poderosa equipe do Camp Nou vem se enfraquecendo temporada após temporada. Contudo, apesar de todo o cenário incerto e conturbado, o criticado Barça já se deparou com tempos mais difíceis e com plantéis mais “frágeis” que o atual.
Há mais de 80 anos, na temporada 1939/40, o Barcelona viveu o segundo pior ano da sua história, terminando o Campeonato Espanhol em 9º, com apenas três pontos de vantagem para a zona de rebaixamento. À época, o clube sofreu um golpe muito duro com a Guerra Civil (1936/1939), perdendo peças importantes de seu elenco: Vantolrà, Raich, Escolà, Fernández e Munlloch deixaram o time. Raich foi o único que permaneceu e participou do processo de transição e recuperação do clube.
A década de 1940, porém, ‘sorriu’ para o Barcelona, que gradualmente conseguiu sair da crise que o atingiu anos antes. A chegada de Ladislao Kubala em 1950 foi um ponto de virada importante para o time, mas até então o Barça foi administrando com o que tinha. Na temporada 1949/50, porém, o clube não tinha dinheiro, e o técnico Enrique Martínez acabou perdendo a confiança do elenco até se afastado do cargo. E aí o clube culé encarou mais uma terrível temporada, ficando em 5º na LaLiga (e com 10 derrotas).
Hoje, vivendo a “era pós-Lionel Messi”, o Barcelona passa novamente por tempos difíceis. Para além da Pulga, o clube também perdeu Antoine Griezmann e não recebeu nenhum reforço do mais alto nível. E assim deixou, pouco a pouco, de ter um ataque composto por Messi, Neymar e Luis Suárez para ter Luuk de Jong, Memphis Depay e Braithwaite.
Além disso, as estrelas do Barcelona da atualidade estão esgotadas e as únicas esperanças residem nos talentos de La Masia. Os jovens são promissores e têm tudo para decolar no futuro próximo, mas ainda não alcançaram o nível de maturidade para alavancar o clube. Tudo isso se traduz em um Barcelona pouco competitivo, com jogadores que em outras circunstâncias jamais vestiriam o manto grená e que os resultados não fazem jus a sua história. Seria até uma surpresa o Barça brigar por grandes títulos agora.
E, apesar do Barça de Ronald Koeman bater recordes negativos, há um Barcelona que fez pior e que não é nada bem lembrado dentro do Camp Nou. Muitos anos atrás, no fim da era do presidente Gaspart, o Barcelona se deparou com tempos sombrios e nada positivos – e que demoraram de passar.
O Barcelona não começou o século da melhor maneira. Há, inclusive, muitos adeptos do clube que acreditam que o Barça 2000/2004 foi o pior da história do Camp Nou. À época, havia muita confusão, debandada de jogadores, com Figo indo para o Real Madrid, por exemplo, troca de treinadores e até do presidente. Uma “zona” completa.
Na temporada 2002/03, por exemplo, o Barcelona contava com Puyol, Xavi e Valdés, mas todos ainda longe da forma que os tornaram lendas. Além do trio, o clube também contava com Bonano, Reiziger, Frank de Boer, Patrick Andersson, Robert Enke, Sorín, Rochemback, Mendieta, Fernando Navarro, Gabri, Gerard, Overmars, Saviola etc. Aliás, Riquelme era a grande esperança do clube na ocasião, mas ele acabou não tendo o protagonismo esperado, e o time ficou apenas em 6º na LaLiga.
De lá para cá, destacando a chegada do próprio Joan Laporta, Frank Rijkaard e Ronaldinho, o Barcelona deu um salto de qualidade no elenco, mas também em outras áreas da equipe.
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