Marcão foi 'escolha segura' de um Fluminense que se arrependeu quando foi arrojado

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FBL-SUDAMERICANA-CORINTHIANS-FLUMINENSE / NELSON ALMEIDA/Getty Images
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Surpreendido pela decisão de Odair Hellmann em deixar o clube com a temporada em andamento - está de saída rumo ao Al Wasl, dos Emirados Árabes, após receber forte proposta financeira -, o Fluminense não deu brechas para especulações e confirmou de imediato quem será seu substituto: Marcão, auxiliar técnico permanente que vinha comandando a equipe Sub-23 no Brasileirão de Aspirantes.

Não dá para dizer que a escolha por Marcão foi recebida com surpresa por parte da torcida do Fluminense, afinal, tratava-se do movimento mais 'cômodo' para os dirigentes tricolores: nome da casa, que já está familiarizado com o ambiente e com o elenco profissional, e que foi bem (dentro das possibilidades) em sua última experiência como interino. Foi Marcão quem substituiu Oswaldo de Oliveira na reta final do ano passado, obtendo resultados suficientes para garantir o Tricolor na Série A após uma temporada marcada pela instabilidade.

De fato, buscar um novo treinador em pleno mês de dezembro não seria tarefa fácil para o clube das Laranjeiras, que há muito é visto com desconfiança no mercado de treinadores por conta dos recorrentes atrasos salariais e perda de jogadores com a temporada em curso. Tiago Nunes e Roger Machado, bons nomes livres no mercado, não se encaixariam dentro da realidade financeira do Fluminense hoje. Entre apostas ou nomes em baixa no mercado nacional - Thiago Larghi e Zé Ricardo chegaram a ser mencionados por torcedores nas redes -, a diretoria tricolor preferiu 'jogar seguro' e apostar em quem melhor simbolizaria uma continuidade de trabalho, ainda que Marcão passe a impressão de ter ideias de futebol ligeiramente diferentes em relação a Odair.

Contudo, ainda que justificada e até certo ponto coerente, a escolha por Marcão também reforça um padrão que recaiu sobre o Fluminense há anos: trata-se de um clube com enormes dificuldades de pensar futebol fora da caixa, de ser arrojado. Em uma das raras oportunidades em que fez um movimento de mercado diferente - Fernando Diniz, no início de 2019 -, o time carioca se arrependeu e tornou a recorrer ao 'tradicional', já que o técnico que hoje prospera no Morumbi não conseguiu transformar bom futebol em resultados nas Laranjeiras. Será que algum dia voltaremos a ver o Tricolor Carioca ousando?