Ex-dirigentes do Cruzeiro são investigados pelo MP por crimes que podem levá-los à prisão; entenda o caso

Ex-dirigentes do Cruzeiro estão sendo investigados pelo Ministério Público de Minas Gerais.
Ex-dirigentes do Cruzeiro estão sendo investigados pelo Ministério Público de Minas Gerais. / Pedro Vilela/Getty Images
facebooktwitterreddit

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) está investigando ex-dirigentes do Cruzeiro, incluindo o ex-presidente do clube Wagner Pires de Sá e o ex-vice de futebol Itair Machado, por falsificação de documentos/falsidade ideológica, apropriação indébita, organização criminosa e lavagem de dinheiro.



Em entrevista ao UOL Esporte, o promotor de Justiça, Daniel de Sá, comentou sobre as investigações. “Estão sendo investigados os ex-dirigentes da gestão que se iniciou em janeiro de 2018 (o presidente era Wagner Pires de Sá e Itair Machado ocupava a vice-presidência de futebol). Além deles, outras pessoas da gestão do Cruzeiro, inclusive Conselho Deliberativo, e pessoas que se relacionaram com o clube de alguma forma durante a gestão também são, de alguma forma, alvo da investigação”, afirmou.

"A investigação abrange os atos da gestão que se iniciou em janeiro de 2018 e findou, prematuramente, em dezembro de 2019, com a renúncia do mandato do presidente e principais dirigentes membros da diretoria executiva/Conselho Diretor."

acrescentou o promotor.

Além dupla de dirigentes, assim como disse o promotor, há outras pessoas sendo investigadas, no entanto, não é possível revelar os nomes. “As investigações correm em sigilo e ainda não foram concluídas, mas os nomes dos principais dirigentes são bastante conhecidos. Os crimes apurados no momento são: falsificação de documentos/falsidade ideológica, apropriação indébita, organização criminosa e lavagem de dinheiro”, pontuou.

Daniel de Sá também destacou que, inicialmente, apenas os dirigentes que participaram da gestão de 2018 a 2019 estão sendo investigados. “A investigação precisa ter um foco específico. No caso, o foco foi estabelecido a partir da representação que lhe deu origem. Nada impede, por óbvio, que a descoberta de indícios de práticas criminosas em outras gestões dê origem a novos procedimentos de apuração”, explicou.

Em seguida, o promotor falou sobre possíveis punições para os envolvidos e como estão caminhando as investigações. “A condenação pela prática dos crimes investigados podem levar à aplicação de sanções previstas na legislação penal, que vão desde a aplicação de multa, penas restritivas de direito (prestação de serviços à comunidade, por exemplo), até penas privativas de liberdade, ou seja, prisão”.

"Nesse momento estão sendo analisados documentos e informações constantes nos procedimentos de investigação, inquérito policial e procedimento investigatório criminal do MPMG, e colhidas provas complementares, por exemplo, alguns depoimentos, inclusive reinquirir para possibilitar a conclusão, ainda que parcial, das investigações, em relação a fatos cuja apuração esteja mais avançada", completou.

Por fim, Daniel de Sá falou sobre análise de documento entregue pelo Cruzeiro e de próxima etapa das investigações. “O relatório tem 300 páginas e já foi alvo de uma primeira análise. Nesse momento, alguns dados ali constantes estão sendo confrontados com outros já existentes na investigação. A partir dessa análise será deliberado se integrarão a primeira fase de conclusão ou subsidiarão o prosseguimento das investigações em novos procedimentos a serem iniciados”, encerrou.

Quer saber como se prevenir do coronavírus? #FiqueEmCasa e clique ​aqui.