Domènec Torrent tem dois fatores que o “seguram” no Flamengo; há divergências no clube
Por Antonio Mota
O vice de futebol Marcos Braz garantiu, em entrevista coletiva no último sábado (19), menos de dois dias após o vexame contra o Independiente del Valle, que “em nenhum momento foi discutida a saída do Domènec Torrent” do cargo de treinador do Flamengo. Porém, segundo informações do jornalista Renato Maurício Prado, do UOL Esporte, a verdade é que o catalão só não deixou o comando técnico do rubro-negro, após os 5 a 0 sofridos para os equatorianos, por dois motivos: pela falta de um substituto para o próximo compromisso na Conmebol Libertadores e pela indefinição quanto ao próximo treinador.
Além disso, o jornalista afirma ainda que não existe uma “unidade dentro da diretoria”, como atestou Braz, em torno da manutenção de Dome, mas, sim, a certeza que o projeto do espanhol não deu certo no Mais Querido. Por ora, o VP segue ao lado do treinador catalão, mas, conforme sua própria entrevista, também há questionamentos. "Tomara que seja com esse técnico. Eu acredito que seja com ele", afirmou o dirigente, falando que 'uma hora ou outra' o time vai voltar a vencer.
Internamente, inclusive, apesar do time ter caído de produção, não há discussões sobre uma possível “má vontade” dos jogadores com Dome, mas existem conversas sobre o catalão não estar conseguindo transmitir de forma clara o que quer, sobretudo pela grande e rápida modificação em relação ao que era feito com o português Jorge Jesus.
"Ele quer que os jogadores guardem posições pré-determinadas, mas não os orienta suficientemente para que o sistema funcione como um todo. Nos treinos, pede determinados posicionamentos e movimentos, mas quando questionado sobre quem deve cobrir os espaços que se abrem, responde genericamente com coisas do tipo 'isso vocês decidem, na hora, em campo'", afirmou uma pessoa (fonte não revelada) ao UOL Esporte, completando:
"É uma diferença monstruosa em relação ao trabalho de Jorge Jesus, que explicava tintim por tintim o que queria que fosse feito e o que aconteceria se suas instruções fossem seguidas. Ele ensinava nos treinos e os jogadores viam o resultado nos jogos. Por isso, era adorado e tinha o respeito de todos. Com o Dome, a verdade é que o time inteiro está perdido. E entra em campo cada vez mais inseguro", encerrou.
Insatisfeito, o Flamengo se divide entre duas possíveis alternativas para o comando técnico do clube: Miguel Ángel Ramírez, do Independiente del Valle, e Marcelo Gallardo, do River Plate. Porém, como há muitas divergências, há a possibilidade até de se investir em um treinador brasileiro, o que, em outros momentos, foi totalmente descartado.
Com tantas indefinições, o Mais Querido segue, ao menos por ora, sob comando de Domènec Torrent, o qual, para ganhar um fôlego extra, vai precisar vencer do Barcelona de Guayaquil, no Monumental, às 19h15 (de Brasília) de amanhã (22), pela Conmebol Libertadores, e também não perder para o Palmeiras, na volta do time ao Brasileirão.
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