Destaque no Chelsea, Jorginho foi rejeitado por três gigantes do futebol brasileiro antes de ir para a Europa
Por Antonio Mota
O ítalo-brasileiro Jorginho deixou Imbituba, em Santa Catarina, rumo a Europa quando tinha apenas 15 anos de idade. Hoje, aos 28 e no Chelsea, o meio-campista ainda lembra do começo no futebol de areia no litoral catarinense, dos sacrifícios que precisou fazer para chegar ao estrelato no Velho Continente e dos ‘nãos’ que recebeu no Brasil.
“Quando eu estava na escolinha do Mário Junior (seu 4º treinador no juvenil), meu pai tentou me levar para fazer teste. Fui no São Paulo, Palmeiras e Inter”, revelou o meia em entrevista ao Yahoo Esportes.
“Quando eu tinha seis anos, meu pai se separou da minha mãe e saiu de Imbituba. Então, ele morava entre Criciúma e São Paulo por causa do trabalho que fazia. De uma certa forma, ele deu um jeito de tentar me ajudar. É por isso que eu digo que ele fez muito esforço e não foi fácil para ele também a separação”, completou, acrescentando sobre o papel de seus familiares e dos 'nãos' que recebeu:
“Eu tinha mais ou menos uns 12 anos quando ele tentou me levar nos clubes. Naquela altura, ele já estava com uma esposa nova, a Dilce, que é um anjo na nossa vida. Ela morava em São Paulo, então, eu ficava na casa dela e ele me levava para fazer testes. Fui no São Paulo, fiz uns treinos, mas não deu certo. Depois, fui para o Palmeiras, dois treinos e também não deu certo. E ainda passei pelo Inter”, destacou.
Além da mãe, do pai e da madrasta, Jorginho ainda destacou o papel de seu antigo treinador Mário Junior. “Em Porto Alegre, no entanto, não foi através do meu pai, mas de uma famosa peneira que teve na minha cidade por meio do Mário Junior e acabaram me escolhendo para poder ir no Inter fazer uma semana de treino. Fui lá, fiz uma semana e voltei para Imbituba”, encerrou.
Em seguida, o meia revelou parte dos sacríficos que fez para se tornar jogador profissional. “O meu começo foi na areia. A gente sempre menciona minha mãe porque era ela que jogava futebol. O meu pai era perna de pau, mas eu tive muita influência dele também. Ele sempre conversou comigo, me apoiou muito, tentou me levar nos jogos. Quando ficou desempregado, pegava carona de caminhão para poder ir ver minhas partidas. Ele também fez bastante esforço para que desse certo no futebol”, lembrou.
“Lá em Imbituba, eu treinava com minha mãe na praia quando era pequeno. Depois, comecei na escolinha de futsal do Peixe (seu 1º treinador). Tinha quatro anos e meus amiguinhos ficavam todos: 'Você tem que ir no Peixe, Peixe, Peixe'. Jogava bola o dia inteiro. Meu pai colocava o pé em casa e eu falava na mesma hora: 'Pai, quero ir no Peixe, Peixe'. Nem sabia o que era. Aí meu pai falou assim: 'Você não pode, você é muito pequeno'. Porque a idade mínima era seis anos e eu tinha quatro. Imagina quatro para seis, a diferença é grande. Aí ele falava que eu não poderia ainda, mas eu enchi tanto a paciência dele que falou que ia tentar”, acrescentou.
“Aí ele foi lá conversar com o Peixe, treinador em Imbituba: 'Peixe, tenho uma criança, quatro anos, não posso colocar o pé em casa que não tenho paz porque ela quer vir aqui'. Então, o Peixe falou: 'Cara, é muito pequeno, não tem como assumir essa responsabilidade, pode se machucar, os meninos maiores podem passar por cima'. O meu pai retrucou: 'Peixe, você não está entendendo, ele tem que vir de qualquer jeito'. Aí o Peixe falou: 'Se quiser trazer, traz, mas não é minha responsabilidade, não tenho nada nisso'. No fim das contas, meu pai assumiu a responsabilidade”, completou.
“Fui, então, no primeiro dia, uniformezinho, todo empolgado, e treinei. Diz meu pai que fui melhor do treino (risos). Aí acabou o treino, meu pai foi direto no Peixe e brincou: 'Peixe, então, agora que ele veio uma vez, deu, né? Não preciso trazer mais'. Peixe fez uma cara de assustado: 'Não, não, não, agora você pode trazer que a responsabilidade é minha'. Aí comecei na escolinha do Peixe com futsal. Depois de lá é que fui para o campo. O meu primeiro treinador foi o Mancha, lá em Imbituba mesmo. Na época, era fominha, fazia futsal e campo. Em seguida, na escola, tive o professor Pepê, pessoa muito especial para mim. Depois do Mancha, veio ainda o professor Mário Junior, que foi outra pessoa muito importante”, finalizou.
Atualmente, treinado pelo ex-meia Frank Lampard, Jorginho perdeu espaço no Chelsea e ainda não sabe segue em Londres na próxima temporada. A princípio, o meia deve ser negociado com a Juventus de Maurizio Sarri.
Quer saber como se prevenir do coronavírus? #FiqueEmCasa e clique aqui.