Barcelona | Tudo o que você precisa saber sobre a ‘moção de censura’: como ela anda, opções para Bartomeu e mais
Por Antonio Mota
Apesar do bom início de temporada, o Barcelona passa por dias turbulentos e muito por conta da ‘Moção de Censura’ contra Josep María Bartomeu. Ou seja, em termos políticos, da proposta apresentada pelo Parlamento Catalão – isto é, de parte dos cerca de 150 mil membros do clube – para manifestar a sua falta de confiança no mandatário da instituição, fazendo, em caso de obtenção do apoio necessário, com que ele destitua o cargo máximo do Camp Nou.
Como o Barça chegou a esse cenário?
A derrota esmagadora do Barcelona para o Bayern de Munique (8 a 2), em Lisboa, pela última edição da Champions League, foi a gota d’água para a maioria dos torcedores do clube, incluindo para um grande número de sócios. Além disso, os insucessos recentes contra Roma e Liverpool também pesaram em favor da ‘Moção de Censura’ – e também para o desejo de saída de Lionel Messi. Vale lembrar também dos problemas que a agremiação passou, dos escândalos e muitas outras complicações no governo Bartomeu.
Diante de tantos fracassos, um grupo de sócios mais engajados no clube formou o ‘Més que una Moció’. Sob direção de Jordi Farré, pré-candidato às eleições presidenciais do Barcelona no próximo ano, e com objetivo de obter ao menos 16.521 assinaturas válidas de membros do time para apresentá-las no Camp Nou como o primeiro passo para solicitar o voto de censura justificado no desejo de uma parte do referido “Parlamento”.
Após duas semanas, o grupo conseguiu 20.687 votos, dos quais 19.380 eram válidos. Diante do recorde, o Barcelona insistiu que parte dos votos eram falsos para atrasar o avanço do processo da moção de censura.
E agora?
Com uma ampla margem de assinaturas obtidas para o mínimo necessário, Jordi Farré e demais envolvidos na iniciativa esperam que a justiça resolva a situação das denúncias de falsificação das assinaturas e que logo eles possam iniciar os próximos passos: convocação de eleições e votação. Ou seja, a abertura de um pleito para todos os membros do time em que a questão central seria: “Você é a favor da Moção de Censura, e, portanto, a remoção do atual Conselho de Administração do FC Barcelona?”
Em seguida, para que esta proposta prossiga, há dois requisitos que precisam ser cumpridos: o primeiro é que ao menos 10% do total dos sócios do Barça precisam votar e, caso esta etapa seja cumprida, ao menos dois terços dos eleitores (66.7%) precisam ser favoráveis ao afastamento de Bartomeu. Assim, caso tudo ocorra de forma correta, a Moção de Censura seria aproveitada e o Conselho de Administração de Josep María Bartomeu destituído.
Por fim, com a queda da gestão do cartola, seria formado um Conselho de Administração provisório até a realização das eleições. Um novo pleito que deverá acontecer entre os próximos 40 e 90 dias.
Quais opções Bartomeu tem?
Inicialmente, Josep María Bartomeu vai ficar no cargo de presidente do Barcelona até 30 de junho de 2021. Porém, com essa nova situação, há chances de ele cair antes. O que ele pode fazer? Sem muitas alternativas, o dirigente tem basicamente três opções: a primeira já foi utilizada, na qual ele alegou que parte das assinaturas adquiridas para o processo da moção de censura eram faltas. Com isso, ele atrasou o curso do instrumento parlamentar e, caso a justiça confirme tal irregularidade, há chances até de o movimento ser interrompido por completo.
A segunda opção é, caso o primeiro ‘recurso’ não funcione, é esperar e confiar que 10% dos sócios não comparecerão para votar ou que 66.7% dos eleitores não serão favoráveis ao seu afastamento.
A terceira e última é o próprio mandatário renunciar o cargo. Com isso, ele deixaria a presidência catalã, mas não seria o primeiro a ser derrubado do posto de cartola do FC Barcelona.
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