Abel Ferreira fez por merecer contrato milionário com o Palmeiras, mas é preciso 'pensar no amanhã'
Por Antonio Mota
Após despachar o Red Bull Bragantino e garantir presença em mais uma final de Campeonato Paulista, o Palmeiras aproveitou o embalo das boas notícias e fez milhões de corações alviverdes baterem mais forte com o anúncio da renovação de contrato do técnico Abel Ferreira, que assinou um novo (e já histórico) vínculo até o final de 2024.
Com o contrato atualizado, “Dom Abel” escreveu um novo e ‘recheado’ capítulo em sua caminhada pela América do Sul. Agora, o bicampeão da Libertadores e vencedor da Copa do Brasil e da Recopa Sul-Americana é dono também do maior contrato já assinado por um treinador na história do futebol sul-americano, conforme o "ge", com salário de 6,7 milhões de euros (R$ 34,9 milhões) por temporada.
O montante, rechaçado em curta nota pelo Palmeiras, é expressivo e coloca o treinador em um outro patamar. Mas, em si, não assusta. Ao contrário. Apenas aponta para o que é visto no Allianz Parque desde o final de 2020: Abel Ferreira é o mandachuva do futebol no Verdão. E por méritos próprios, já que, com seus planos e estratégias, vem emplacando títulos e mais títulos no clube.
Abel Ferreira deu muito certo no Palmeiras e o clube acerta ao fazer esforços para mantê-lo. De 2020 para cá, o treinador foi indicado quase que de forma unânime como o principal nome das conquistas do time, sobretudo nas duas últimas Libertadores, e isso é mais do que o suficiente para justificar o alto investimento. E mais, o Verdão é saudável financeiramente e pode pagar essa bolada.
No mais, resta apenas o questionamento acerca da vida pós-Abel. O treinador, pelo o que mostrou até aqui, costuma honrar os contratos que assina, mas o futebol é passageiro e ofertas podem tentá-lo a deixar o Brasil. Como ficaria o Palmeiras sem o luso? O Flamengo, por exemplo, não se preparou para a saída de Jorge Jesus e vem pagando caro por isso.
Dom Abel é uma lenda viva do Palmeiras e merece todo o carinho, respeito e investimento, mas o Alviverde não pode parar por aí. Exemplos de “dependência exagerada”, como citado acima, e que acabam mal não faltam... O Verdão deve ter sempre o coração quente e a cabeça fria.
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