SAF no Real Madrid? Florentino Pérez revela planos de abrir clube para capital externo; entenda

O Real Madrid anunciou, neste domingo (24), um plano para modificar seu regime de propriedade, permitindo, pela primeira vez desde sua fundação em 1902, a entrada de capital externo. O presidente Florentino Pérez apresentou a proposta aos sócios durante a assembleia anual no centro de treinamento de Valdebebas.

O plano envolve a criação de uma subsidiária que teria um acionista minoritário detentor de aproximadamente 5% das ações. No entanto, a gestão e o controle total do clube seriam mantidos nas mãos dos quase 100 mil sócios.

Estratégia e objetivos da diretoria merengue

Florentino Pérez esclareceu que a diretoria dedicou os últimos 12 meses a avaliar diversas opções para aumentar o valor da instituição sem comprometer sua essência como associação. O objetivo central é determinar o valor de mercado do Real Madrid e também proteger o clube de interferências externas. Em seguida, o presidente ainda reiterou que o clube não planeja abrir seu capital na bolsa de valores. Qualquer investidor selecionado deverá compartilhar os princípios do Real Madrid e atuar como um elemento de defesa contra "agressões externas".

Próximos passos para a implementação

Para que esta reestruturação avance, será convocada uma assembleia extraordinária, reunindo cerca de 2 mil sócios. Eles terão a responsabilidade de decidir se a proposta será submetida a um referendo geral, com a participação de todos os sócios maiores de 18 anos.

Somente com a aprovação final do referendo é que o projeto poderá ser implementado. Pérez enfatizou que o Real Madrid "permanecerá sendo um clube de seus sócios", mas considerou o passo indispensável devido ao panorama atual do futebol internacional.

Fórmula inédita, que difere da "SAF"

A solução apresentada é vista como inovadora e, ao mesmo tempo, motivo de debate. Diferentemente da conversão para Sociedade Anônima Desportiva (SAD), adotada por diversos clubes da Espanha e de LaLiga, o Real Madrid optaria por uma estrutura diferenciada: cada sócio possuiria apenas uma ação, com valor monetário e transferível somente para filhos ou netos. Os detalhes específicos deste mecanismo ainda não foram divulgados.

Fontes ligadas ao processo indicam que o investidor receberá dividendos baseados nos lucros do clube, mas não terá direito a voto. Os sócios, por sua vez, manterão o poder de eleger o presidente e de definir as alterações estatutárias, mas não receberão dividendos anuais. Pérez prometeu mais esclarecimentos na assembleia extraordinária, com o objetivo de "evitar as especulações" recentes da mídia.

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