As razões que explicam a chegada do Arsenal à final da Champions Feminina
- Arsenal deixou rivais como Bayern de Munique, Juventus, Real Madrid e Lyon para trás
- Forte investimento no futebol feminino inglês e reformulação do elenco foram essenciais

O dia mais aguardado para os fãs de futebol feminino está chegando, com o Arsenal tendo a chance de quebrar a hegemonia do Barcelona na decisão da Champions League neste sábado (24), às 12h de Brasília, no Estádio José Alvalade, em Lisboa.
Serão mais de 50 mil torcedores presentes em uma das finais mais aguardadas dos últimos anos, principalmente devido à qualidade do elenco das Gunners nesta temporada.
Pensando na final que se aproxima, o 90min preparou um levantamento com os quatro principais pontos que fizeram o Arsenal, vice-campeão da Women's Super League, quebrar o favoritismo de Real Madrid e Lyon no mata-mata até chegar à decisão da Champions League Feminina.
1. Reestruturação do clube
Buscando se aproximar da briga pelo título inglês, o Arsenal teve uma janela de transferências muito movimentada com saídas significativas, como Viviane Miedema, Giovana Querioz e Kaylan Marckese, dentre outras. No entanto, as contratações foram fundamentais para melhorar a qualidade do elenco na totalidade, com destaques para as temporadas excelentes de Leah Williamson, Alessia Russo e Lia Walti.
Mas a grande estrela da temporada consistiu em Mariona Caldentey, que chegou do Barcelona e se encaixou perfeitamente no esquema tático, elevando muito o nível técnico da equipe com e sem a bola. A atleta de 29 anos foi eleita a melhor jogadora da temporada na WLS e trouxe uma mentalidade diferente para o Arsenal.
2. Elenco experiente
Aos 32 anos, a meio-campista Lia Wälti foi um dos principais destaques, sendo essencial nas transições em velocidade, intermediando jogadas e distribuindo o jogo com enorme precisão. No ataque, Kim Little (34 anos) e Stina Blackstenius (29 anos) combinaram finalizações precisas e muita criatividade no terço final para o time comandado pela técnica Renée Slegers.
Explorando muito a profundidade do elenco, o sistema defensivo também correspondeu bem e chega forte à decisão graças à liderança de Leah Williamson (28 anos) e as defesas precisas de Manuela Zinsberger (29 anos). Com um elenco experiente e tecnicamente forçado, os Gunners podem viver o sonho de conquistar a Champions League.
3. Investimento da federação inglesa
A estratégia lançada pela Football Association em 2020 para fomentar a sustentabilidade do futebol feminino a longo prazo trouxe recordes de arrecadação no balanço mais recente (divulgado em setembro de 2024). Nos últimos quatro anos, o número de mulheres que jogam futebol aumentou 56%. Além disso, a meta de 75% para que escolas ofereçam acesso igualitário do futebol às meninas foi superada em 2%. O número de treinadoras em desenvolvimento aumentou 88% entre 2020 e 2024, enquanto o número de árbitras aumentou 113%.
Além disso, o banco Barclays ampliou o acordo de patrocínio máster na Women's Super League, o Campeonato Inglês Feminino, com 45 milhões de libras (R$ 328 milhões) sendo depositados a partir da temporada 2025/26.
4. Público consumidor
Considerando somente os jogos da temporada 2024/25, o Arsenal foi o líder disparado na presença de público nos jogos da WSL com 28.808 torcedores presentes em média por jogo, superando com folga os rivais Chelsea (10.989), Liverpool (7.428), Manchester United (7.390), Manchester City (6.874) e Tottenham (5.704).
A estratégia de vender ingressos mais baratos em relação aos jogos de partidas masculinas e um ambiente mais pacífico permite a presença maior de famílias e públicos distintos dos observados na maioria das partidas de futebol masculino.
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