Discurso otimista de Fernando Diniz não dialoga com a realidade do São Paulo

Sao Paulo v Binacional - Copa CONMEBOL Libertadores 2020
Sao Paulo v Binacional - Copa CONMEBOL Libertadores 2020 / Pool/Getty Images
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Apesar de reconhecer que o São Paulo não encantou mesmo tendo goleado o Binacional (PER) por 5 a 1 - partida que marcou a despedida do Soberano da Conmebol Libertadores 2020 -, Fernando Diniz terminou sua entrevista coletiva pós-jogo em tom otimista, colocando sua equipe na briga pelos três títulos que ainda disputa na temporada: Brasileirão, Copa do Brasil e Sul-Americana, competição que receberá os terceiros colocados das chaves da Libertadores.

Tradicional, dono de uma camisa pesadíssima e com um elenco de bons valores individuais em todos os setores, o São Paulo teria condições de disputar títulos, principalmente em uma temporada nacional tecnicamente nivelada por baixo. Contudo, passados seis meses de 'ano esportivo', o Tricolor Paulista ainda não foi capaz de apresentar soluções para problemas identificados desde fevereiro/março: Recomposição defensiva, lentidão na transição, oscilações de atenção durante os 90 minutos de jogo e grande dificuldade em verticalizar ataques são alguns dos desafios que Fernando Diniz ainda não conseguir resolver no Morumbi.

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FBL-LIBERTADORES-SAOPAULO-BINACIONAL / FERNANDO BIZERRA/Getty Images

A inconstância, por sinal, é um fator que dificulta credenciarmos o São Paulo como candidato ao título brasileiro, competição que costuma premiar a equipe mais regular/menos oscilante da temporada. Dito isso, os torneios de 'tiro curto' seriam uma realidade mais 'palpável' ao Soberano, mas seu desempenho em mata-matas nos últimos anos tem sido nada menos do que vexatório, marcado por eliminações grotescas, inclusive para rivais de menor expressão. As quedas precoces forjaram um São Paulo fragilizado emocionalmente, com uma mentalidade completamente oposta àquela que pairou sobre o clube na primeira década dos anos 2000, quando nascia a justa alcunha de Soberano.

São Paulo, de Leco e Diniz, segue em jejum incômodo de taças.
São Paulo, de Leco e Diniz, segue em jejum incômodo de taças. / Marcello Zambrana/Agif/Gazeta Press

Com um longo caminho a percorrer técnica, tática e emocionalmente, o São Paulo de Diniz segue com potencial de ser muito bom, mas já não transmite confiança a quase ninguém. Ainda há tempo para evoluir e engrenar, mas por ora, falar em títulos não representa a realidade da equipe tricolor.