Criticado, bancado e firmado, Diniz coloca sua ‘cara’ no São Paulo e mostra que futebol também precisa de tempo
Por Antonio Mota

O São Paulo anunciou Fernando Diniz como o seu treinador no final de setembro do ano passado – há mais de um ano. De lá para cá, o técnico foi elogiado, ovacionado e até festejado, mas também criticado, vaiado e xingado. E bancado. A vida do técnico no Morumbi nunca foi fácil, mas ele nunca abandonou o que acredita e hoje faz um dos melhores trabalhos do país.
Em números: Diniz comandou o Tricolor Paulista em 56 partidas até o momento (16 de novembro de 2020), com 27 vitórias, 15 empates e 14 derrotas – 57,14% de aproveitamento. Ele não ganhou títulos, mas montou um time para vencer e que a cada dia se reaproxima das tão sonhadas conquistas. E tudo graças ao tempo que teve para trabalhar.
Hoje, Diniz está consolidado e “serve” para o São Paulo, mas o cenário era muito diferente há cerca de três meses – e em vários outros momentos do passado recente. À época, o Tricolor perdeu para o Vasco, e o clima esquentou. Raí, mesmo balançando no cargo de diretor-executivo, bancou o treinador. Ponto para ele. E bom para o clube, que, agora, tem o melhor aproveitamento do Campeonato Brasileiro e vem bem na Copa do Brasil.
Depois do revés contra o Gigante da Colina, já no mês passado, o Tricolor ficou sete partidas sem vencer – 4 no Brasileirão e 3 na Conmebol Libertadores, da qual foi eliminado – e Diniz voltou a ser questionado, mas, mais uma vez, foi mantido no cargo. E se isso não tivesse acontecido? E se o treinador fosse demitido? O São Paulo estaria brigando por duas taças na temporada?
ESSE SÃO PAULO DO DINIZ TÁ DEIXANDO A NÓS SÃO PAULINOS SONHAR
— SÃO PAULO?? SPFC já decepcionou hoje???? (@_SPFC90) November 14, 2020
Bom, não há como saber – ninguém tem ‘bola de cristal’ –, mas o fato é: Fernando Diniz só conseguiu tornar o Tricolor Paulista competitivo de novo porque teve tempo para trabalhar. Não adianta querer trocar de treinador a cada tropeço. Eles precisam de tempo, continuidade e paciência para trabalhar, e Diniz e o São Paulo provam isso.