Ednaldo Rodrigues perde força com federações em meio ao afastamento do cargo de presidente
- O mandatário foi afastado do cargo após decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro
- 19 federações desejam mudanças no cargo
Por Aniele Lacerda

Futuro incerto de Ednaldo Rodrigues! Afastado do cargo da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) por determinação do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, o mandatário tenta reverter a decisão. Recentemente, a própria entidade entrou com um recurso no Superior Tribunal Federal (STF) para solicitar o retorno do presidente.
Conforme apurou a Itatiaia, Gilmar Mendes é o relator do caso no STF. No passado, o próprio ministro concedeu liminar para o retorno do baiano, que enfrentou o primeiro afastamento do cargo em dezembro de 2023. No entanto, apesar da CBF assinar o novo recurso de maneira formal existe um impasse para definir a situação, já que o vice-presidente Fernando Sarney é a favor de novas eleições.
Maioria das federações retiram o apoio por Ednaldo Rodrigues
Eleito com o apoio de todas as 27 federações do futebol brasileiro, Ednaldo Rodrigues não tem mais o prestígio da maioria. O UOL apurou que no mesmo dia da decisão do TJ-RJ, as entidades assinaram um manifesto e iniciaram uma discussão sobre as próximas eleições presidenciais da CBF. Apesar da possibilidade de reverter a situação no STF, o grupo não acredita em um desfecho positivo.
O texto cita que a CBF precisa de estabilidade para que o futebol brasileiro tenha condições de enfrentar os desafios impostos. Por exemplo, um calendário equilibrado e arbitragem mais profissional. Além disso, a carta pede uma entidade forte, com reconhecimento dentro e fora do país.
De todos os estados, apenas oito não aderiram ao movimento. São eles: Amapá, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso, Minas Gerais, Pernambuco, São Paulo e Tocantins.
"O futebol brasileiro vive um momento decisivo. É urgente enfrentar desafios estruturais que há anos limitam o potencial do nosso futebol. Precisamos de um calendário equilibrado, arbitragem profissionalizada, gramados de qualidade, segurança nos estádios e competições fortalecidas. (...) Queremos uma CBF forte, querida por dentro, admirada por fora - e novamente amada por todos que fazem do futebol a alma do nosso país."
- Manifesto das federações
Quais são as federações que desejam novas eleições?
Ednaldo Rodrigues perdeu o apoio de 19 das 27 federações, que aguardam por novas eleições. Sobre as entidades mais poderosas do Brasil, a carta contou com a assinatura apenas da FFERJ. Minas Gerais e São Paulo ficaram de fora. No Nordeste, apenas os estados da Bahia e Pernambuco não assinaram o documento. Rondônia, Pará, Roraima, Amazonas, Acre, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina são favoráveis à mudança no cargo.
Manifesto assinado pelas 19 federações
"O futebol brasileiro vive um momento decisivo. É urgente enfrentar desafios estruturais que há anos limitam o potencial do nosso futebol. Precisamos de um calendário equilibrado, arbitragem profissionalizada, gramados de qualidade, segurança nos estádios e competições fortalecidas.
Para que isso aconteça, é fundamental garantir estabilidade institucional à CBF. Precisamos virar a atual página de judicialização e instabilidade que há mais de uma década compromete o bom funcionamento da entidade e o avanço do futebol brasileiro. É também momento de resgatar a autonomia interna da CBF, hoje sufocada por uma estrutura excessivamente centralizada e desconectada das instâncias que compõem o ecossistema do futebol nacional.
Além da estabilidade, o cenário exige uma renovação de ideias, de práticas e de lideranças, bem como a profissionalização definitiva das estruturas de gestão. A CBF precisa ser exemplo de governança, eficiência e transparência — e também precisa voltar a ser a casa de todos que constroem o futebol brasileiro, com um ambiente saudável, inspirador e descentralizado, em que cada um possa contribuir ativamente para a melhoria do esporte que constitui verdadeiro patrimônio nacional.
Unidos com esse propósito, assumimos o compromisso de construir uma candidatura à Presidência e Vice-Presidências da CBF comprometida com um novo ciclo para o futebol brasileiro: mais democrático, mais integrado e mais aberto à participação de todos. Queremos uma CBF forte, querida por dentro, admirada por fora — e novamente amada por todos que fazem do futebol a alma do nosso país."
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