Ednaldo Rodrigues perde apoio e dificilmente retornará ao comando da CBF; saiba mais

  • Ex-presidente da CBF tentou assegurar cargo e ganhar apoio após contratar Carlo Ancelotti
  • Ednaldo Rodrigues buscava ampliar mais seu poder com novo estatuto da entidade
Ednaldo Rodrigues não deve ser reconduzido à presidência da CBF
Ednaldo Rodrigues não deve ser reconduzido à presidência da CBF / Buda Mendes/GettyImages
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Desde o momento em que anunciou oficialmente a contratação de Carlo Ancelotti para comandar a Seleção Brasileira na próxima Copa do Mundo, Ednaldo Rodrigues presenciou a derrocada de sua gestão no comando da CBF. Muito desprestigiado nos bastidores, o mandatário não deve retornar à presidência e perderá provavelmente o seu cargo definitivamente.

De acordo com apuração do site “GE”, Ednaldo perdeu muito apoio dentre os presidentes de federações estaduais por conta de supostas traições políticas e promessas não cumpridas. Um dos dirigentes mais insatisfeito consiste justamente em Fernando Sarney, nomeado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro para ser o interventor que ficará responsável por novas eleições.

Insatisfação de Fernando Sarney com Ednaldo começou em 2023

Fernando Sarney
Fernando Sarney perdeu cargos em 2023 após decisões de Ednaldo / MAURO PIMENTEL/GettyImages

Fernando Sarney ocupa o cargo de vice-presidente da CBF desde 2004, mas seu poder foi ampliado após Marco Polo Del Nero ter feito sua indicação para os Comitês Executivos da Fifa e da Conmebol no ano de 2015. No entanto, estes cargos bem remunerados em dólar foram ocupados até agosto de 2023, quando Ednaldo Rodrigues assumiu ambas as posições de prestígio com objetivo de centralizar mais o poder da entidade em seu comando.

O crescente incômodo de Sarney e seus aliados esteve muito forte mesmo quando o ex-presidente foi aclamado com 100% dos votos na reeleição ocorrida em 24 de março. Porém, o afastamento de Ronaldo com os dirigentes mais antigos das federações estaduais e a insistência de Ednaldo em considerar qualquer oposição como “golpe” ou “preconceito” diminuíram a possibilidade de candidaturas adversárias no pleito.

Ednaldo Rodrigues também perdeu prestígio com os políticos de Brasília

Gilmar Mendes
Ednaldo Rodrigues perdeu apoio político com tomadas de decisão nos últimos dois meses / Anadolu/GettyImages

Justamente por conta disso, os opositores aguardavam pela primeira oportunidade plausível para abandonar o apoio a Ednaldo Rodrigues, e isso ocorreu diante das revelações ocorridas nas últimas semanas por diferentes portais. Em abril, a “Revista Piauí” publicou uma reportagem com fortes indícios de gestão temerária por parte do então presidente, apontando aumentos salariais a presidentes de federações e gastos com dirigentes e convidados políticos, desgastando sua reputação em Brasília.

Cabe relembrar que Gilmar Mendes foi o responsável pela decisão do STF que reconduziu Ednaldo Rodrigues em seu primeiro afastamento do cargo, ocorrido em janeiro de 2024. Pelo fato de ser sócio e fundador do IDP (Instituo Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa), empresa que possui contrato de parceria com a CBF Academy, o ministro recebeu críticas por não se declarar impedido para julgar questões envolvendo a CBF.

Falsificação de assinatura de Coronel Nunes ampliou crise na CBF

Coronel Nunes
Coronel Nunes não teria assinado acordo para reconduzir Ednaldo no cargo / MAURO PIMENTEL/GettyImages

Outro problema grave que atingiu a gestão de Ednaldo Rodrigues consistiu na ação promovida pela deputada federal Daniela do Waguinho, a qual também foi encaminhada à Comissão de Ética do Futebol Brasileiro. A partir disso, foram abertas investigações sobre denúncias quanto à falsificação da assinatura de Coronel Nunes no acordo que encerrava a disputa pela presidência da CBF.

Como revelado inicialmente pelo “Portal Léo Dias”, a perícia solicitada pelo vereador Marcos Dias apontava indícios de assinatura falsa e/ou falta de capacidade do dirigente em atestar o fim da briga judicial da CBF, tendo como base um relatório médico de 2023 apontando “déficit cognitivo”.

Mudança no estatuto foi o ultimato para Ednaldo perder apoio das federações

Rubens Lopes
Rubens Lopes (direita), presidente da FERJ, é um dos maiores opositores de Ednaldo Rodrigues / DOUGLAS MAGNO/GettyImages

Por fim, o “UOL Esporte” revelou que Ednaldo Rodrigues promoveu mudanças no estatuto da CBF buscando aumentar mais o poder de sua gestão e a diminuição das fiscalizações. Contudo, o fato deste estatuto não ter sido divulgado oficialmente provocou descontentamento dos presidentes das federações estaduais.

O texto determinava o controle exclusivo da CBF na definição de salários dos dirigentes, além da aprovação de modelos de uniformes da Seleção Brasileira com cores diferentes das tradicionais (como ocorreria com o modelo vermelho vazado, que supostamente seria utilizado na Copa do Mundo em 2026). Após a divulgação da reportagem, houve forte reação de presidentes de federações estaduais em grupos internos de comunicação, com Rubens Lopes (presidente da FERJ) sendo o principal opositor.

Ednaldo Rodrigues pode voltar à presidência da CBF?

Considerando a perda da maior parte de apoio e a força da oposição, pessoas próximas a Ednaldo Rodrigues consideram pequenas as chances de seu retorno ao comando da CBF. Tudo indica que as novas eleições, marcadas no dia 25 de maio, devem ocorrer como previsto inicialmente.

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