Desistência de Marcelo Marques em ser presidente atesta: a política do Grêmio é podre
- Responsável pela compra da Arena, empresário se retirou da disputa
- Anúncio pegou a todos de surpresa, gerando comoção entre torcedores
Por Fabio Utz

Quando Marcelo Marques anuncia a desistência em ser candidato à presidência do Grêmio, ele age como um ser humano que, ao achar que poderia conviver com a política do seu clube do coração, se viu diante da mais absoluta podridão. Uma podridão que dá vontade de vomitar.
Quem olha de fora pode se perguntar: mas como um empresário de sucesso, que doou R$ 145 milhões para a compra da gestão da Arena, não sabia que se depararia com tal cenário? A resposta é simples: a briga de egos, a disputa pelo poder, o encaixe de interesses é mais vil que a capacidade que um milionário tem para aguentar ser tratado, simplesmente, como alguém capaz de injetar dinheiro na instituição.
O Grêmio, não é de hoje, agoniza dentro de suas estruturas diretivas, sempre apoiadas em feudos, em famílias com ditos serviços prestados, em votos de cabresto, em trocas de favores, em grupos políticos nefastos. E isso tem o preço. No caso em questão, Marcelo pagou o preço de, simplesmente, não querer ser político. E isso não caiu bem em quem quer ver o opositor longe. Aliás, não é de se estranhar que isso esteja acontecendo justamente agora, quando os senhores feudais se viram prestes a perder seus espaços - ou aqueles que poderiam ganhar não ganhariam tanto quanto gostariam, justamente pelo fato de o até então pré-candidato estar pensando em aglutinar forças.
Em resumo, há quem não quisesse ver Marcelo mandando mais que os políticos. Há os políticos que pediram favores a Marcelo para abrir espaço para ele. E há os ditos apoiadores de Marcelo, também políticos, que não desejavam ceder terreno para alguém de fora para surfar na onda do empresário e voltar a ganhar terreno nos gabinetes da Arena. E todos têm culpa, afinal, possuem como origem a venial e fétida política clubística. Dentro deste emaranhado, aquele que parecia forte sucumbiu e saiu de cena, quando quem deveria tomar este caminho deveria ser justamente os demais atores que provocaram esta situação.
Vale a pena, a gremistas e rivais, dar uma vasculhada nas redes sociais e ver como o torcedor comum se posiciona neste momento. E notar como políticos podres estão calados. Afinal, eles conseguiram o que queriam. É importante lembrar, ainda, que Marcelo só foi alçado à condição de pré-candidato à presidência do Grêmio no momento em que um grupo viu que, com o seu então nome preferido, não iria a lugar algum e mais uma vez perderia um pleito (até de forma acachapante, digo eu). Ou seja, desde então a política falou mais alto. E agora se vê que, sim, ela é capaz de tirar a razão até de um mortal que, com sua gentileza, apenas queria transformar seu clube do coração em uma instituição com rumo.
O Grêmio, na visão da torcida, beirava o abismo institucional faz um bom tempo. E Marcelo, com sua nobre atitude de não querer lidar com gente ruim, que coloca seus interesses à frente das necessidades do Tricolor, apenas personifica este sentimento.
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