Clubes discutem fair play financeiro no Brasil e dirigentes trocam "alfinetadas"
- Reunião alinhou expectativas em novo projeto com apoio da CBF
- Objetivo é ter mais sustentabilidade financeira no futebol nacional

O fair play financeiro tem sido pauta recorrente nos últimos meses no futebol brasileiro. Mas, afinal, ele vai ser aderido? Nesta segunda-feira (11), a CBF realizou um evento particular convidando federações e clubes da Série A e Série B do Campeonato Brasileiro para debater o projeto que busca tornar times mais conscientes das suas responsabilidades financeiras. A apresentação foi em caráter introdutório e ainda contou com representante da UEFA presente.
"Sem o fair play financeiro o futebol brasileiro não tem futuro. Principalmente a nossa tão sonhada liga. Temos vários projetos na nossa cabeça. Não adianta o Palmeiras sugerir sozinho, a CBF precisa encabeçar e ter uma posição firme pelo menos para começar. Eu concordo com a ideia de que os clubes que não pagarem não possam contratar novamente. O Palmeiras é um clube que paga rigorosamente em dia atletas, clubes e profissionais. Somos desclassificados por clubes que não pagam ninguém. Não é nada contra os outros. Os torcedores querem títulos e classificações, mas a conta chega. Será bom para o futebol brasileiro essa moralização. É imoral. Há clubes que pagam em dia e são prejudicados em detrimento de clubes que não pagam ninguém"
- Leila Pereira, do Palmeiras
Após reunião, ficou definido entre as partes envolvidas que o projeto vai ser entregue em até 90 dias. Se tudo ocorrer conforme o esperado, a intenção é que a lei entre em vigor a partir de 2026.
"Pontapé inicial para transformar o futebol brasileiro"
"É um dos objetivos que colocamos no nosso compromisso de campanha. Com 78 dias de gestão, tomamos passos importantes para um caminho novo no futebol brasileiro. É um primeiro encontro, procuraremos ouvir os clubes e as formas de fair play financeiro que o corpo técnico trouxe para nós. Uma discussão mais firme e aprimorada para colocar em prática. Não posso cravar datas ou números, depende das discussões que faremos. Quero fazer o mais rápido possível, dentro de uma medida que não coloque em risco o futebol brasileiro. Queremos criar um sistema sustentável no Brasil, evitar o doping financeiro, reduzir dívidas. Hoje é o pontapé, com essa reunião, para transformarmos o futebol brasileiro. "
- Samir Xaud, presidente da CBF
"Fair play financeiro deveria ter sido feito há muito tempo. Quem contratou e não pagou deveria ser impedido de contratar. Isso deveria ser imediato. Quando chega o transfer ban, que como é da FIFA só vale para transferência internacional, rapidamente o clube arruma dinheiro para quitar a dívida porque senão não pode mais contratar. Se isso funcionar mais rápido no Brasil já avança muito. Tem algumas medidas imediatas que podem ser feitas que já teriam impacto e outras a médio prazo, como origem dos recursos, teto de gastos, se for o caso, e punir situações que não funcionam em nenhuma outra esfera no país e no futebol é permitido."
- Marcelo Paz, CEO do Fortaleza
Marcelo Paz, à ESPN, falou sobre quais medidas deveriam ser implementadas no Fair Play financeiro. Concorda com ele, fã de esportes?#FutebolNaESPN #Fortaleza #MarceloPaz #FairPlayFinanceiro
— SportsCenter Brasil (@SportsCenterBR) August 11, 2025
O mandatário foi perguntado acerca da sugestão do CEO do Fortaleza e afirmou que cabe à entidade avaliar a sugestão para a medida mantendo diálogo constante com as equipes. Ele ainda ressaltou o período de 90 dias para toda e qualquer solução, pregando cautela. "Não vamos tomar nenhuma medida precipitada. Queremos fazer o sistema autossustentável, com pés no chão, para conduzirmos da melhor forma possível", completou o sucessor de Ednaldo Rodrigues.
O que a CBF pensa sobre fair play financeiro?
"Basicamente consiste em garantir o relacionamento de pagamentos entre clubes, atletas e o governo. Temos 33 clubes e 10 federações em um movimento histórico. Junto com todas essas pessoas, fazer um modelo que atenda a realidade brasileira. Temos 90 dias para entregar o projeto final. Já começa em 2026, mas com responsabilidade. Haverá ondas de implementação para chegar à plenitude do programa. Não queremos implementar de uma vez só, há o temor de um colapso. Por nós, isso está afastado. Temos senso de urgência, mas senso de responsabilidade"
- Ricardo Gluck Paul, vice da CBF
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