Ao Bap, cadê o profissionalismo no Flamengo? Vazamentos e exposições aumentam tensão no clube
- Vazamentos e exposições geram novelas no Flamengo e tumultuam ambiente
- Promessas de Bap parecem distantes do dia a dia rubro-negro
Por Antonio Mota

O Flamengo entrou em uma rota de forte desgaste desde o retorno ao Brasil após a participação na Copa do Mundo de Clubes. Vivo na briga pelo título do Campeonato Brasileiro e presente nos mata-matas da Copa do Brasil e da Conmebol Libertadores, o Rubro-Negro resiste em campo, muito por Filipe Luís, mas até quando? O extracampo, entre vazamentos, exposições e muitos ditos e não ditos, não colabora. O ambiente é de pressão e turbulência semana após semana.
A pergunta da vez é: cadê o profissionalismo prometido pela gestão de Luiz Eduardo Baptista, o Bap, presidente eleito em 9 de dezembro do ano passado para o triênio seguinte (2025 a 2027). Na posse da nova diretoria, no último 18 de dezembro, Flávio Willeman, vice-presidente do Fla, agradeceu a Bap por tê-lo incluído em “[...] uma chapa que projetou um Flamengo 100% profissional nos próximos três anos, continuando a fazer desse clube potência do esporte mundial”. Mas será?
Vazamentos e exposição de jogadores
Bap e seus pares chegaram ao Flamengo com o objetivo claro de reformular o departamento de futebol do clube. Em ação inicial, o presidente decidiu apostar em José Boto como diretor executivo da pasta e, assim, “barrou” qualquer vice-presidente para a área. Um movimento interessante e, até segunda ordem, de profissionalização. Afinal, Boto foi contratado e assumiu para cuidar da área de maneira profissional. Simples assim.
No trabalho até aqui, no entanto, vários debates já surgiram em torno dessa figura. A citar, o alto valor da contratação de Juninho (investimento de mais de R$ 30 milhões que não deu uma resposta em campo até o momento); o encaminhamento da chegada de Mikey Johnston; declarações polêmicas; negociações arrastadas e de custo elevado; e mais recentemente da novela envolvendo Pedro.
Os imbróglios envolvendo o camisa 9 foram muito mal conduzidos. O centroavante poderia não estar bem nas atividades, algo que estava errado e assumiu posteriormente, mas um membro do departamento de futebol – se foi o Boto ou não, não importa; o português é o responsável pela pasta – ter afirmado que o time estaria disposto a vendê-lo por 15 milhões de euros e, além disso, citar que ‘ninguém pagaria esse valor’ é amadorismo puro.
A diretoria não se manifestou oficialmente sobre o tema e, de quebra, jogou essa bomba no colo do técnico Filipe Luís. Um desgaste desnecessário e que não precisava ficar na conta do treinador. E o Boto, aliás, sequer se pronunciou sobre o assunto.
De la Cruz não pode mais jogar futebol?
A crise da vez, em novo vazamento, envolve o meio-campista Nicolás De la Cruz. O volante, que custou mais de R$ 100 milhões em 2023, vem enfrentando problemas físicos e não consegue engatar uma sequência na equipe. O tema neste texto, no entanto, não será sobre a situação clínica do uruguaio, mas, sim, sobre um pronunciamento de José Luiz Runco, chefe do departamento médico do Flamengo.
Figura conhecida no Mais Querido, Runco afirmou em um grupo de WhatsApp conhecido entre conselheiros, sócios, dirigentes e ex-dirigentes que De la Cruz tem uma lesão crônica e irreparável no joelho direito, além de uma outra lesão no joelho esquerdo. O médico ainda afirmou que algum time só teria interesse em contratá-lo “por outro motivo e não para jogar futebol competitivo”. O camisa 18, então, não tem mais condições de atuar profissionalmente?
A mensagem de Runco:
“Prezado João. Boa tarde. Vou tentar passar a situação do De la Cruz. Jogador comprado em outra gestão, sem a menor condição, pois apresenta uma lesão crônica e irreparável no joelho direito, e uma lesão também no joelho esquerdo. Como somos bípedes, temos dificuldades de equilíbrio e equilíbrio muscular se algum membro já estiver afetado. Estamos tentando fazer o possível para que ele possa participar, mas é muito complicado. E, quanto a venda, só se houver algum clube que tenha interesse por outro motivo e não para jogar futebol competitivo. Atenciosamente”.
Em nota, o Rubro-Negro Carioca lembrou que Runco não faz parte dos médicos do dia a dia do futebol da equipe e reforçou que não vai comentar “especulações”. Será, portanto, mais um tema para Filipe Luís responder em coletiva. Outro teste para o treinador, quem, aliás, não tem ligação nenhuma com o debate em questão.
Da política do Flamengo
A paz não costuma durar nos bastidores do Flamengo – e isso não é de hoje; faz parte da história do clube. Nos tempos atuais, porém, é inaceitável o surgimento de certos comportamentos e posturas. Pessoas importantes na estrutura da equipe precisam entender cada ação que tomam quando se trata de ativos da instituição. O que haveria de bom nas “especulações”, como disse nota do time, relacionadas a Pedro e De la Cruz? Nada. Muito pelo contrário.
A questão agora, com o estrago já feito, é saber como Bap vai agir nos próximos capítulos. Existe comando no Flamengo? Os questionamentos sobre Boto e Runco já existem, e o elenco precisa de proteção. Não pode cair tudo na conta do Filipe Luís. Os jogadores não podem enxergar outros profissionais do clube como inimigos.
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