Volante do Fluminense enaltece postura do clube: 'Pandemia não está controlada'
Por Nathália Almeida
De um lado, os entusiastas de um retorno antecipado não cogitado em nenhum outro Estado do país. Do outro, duas vozes dissidentes que consideram absurda a retomada em meio ao ápice da pandemia. Voto vencido ao lado do Botafogo, o Fluminense firmou sua posição taxativa contra a volta das atividades, postura institucional que conta com aval e concordância do plantel tricolor.
Em entrevista concedida ao Globoesporte, o volante Yuri Lima, atleta do Fluminense desde a temporada passada, reforçou que o manifesto publicado pelo elenco foi idealizado pelos próprios jogadores, preocupados com o cenário vivido pelo Estado do Rio de Janeiro em meio à pandemia de coronavírus: é o segundo Estado do país com mais óbitos oficiais, além de já estar beirando os 100 mil casos confirmados.
"Acho que foi questão de bom senso [manifesto do elenco]. A gente conversava bastante e via a luta do presidente. Achávamos o mais correto a se fazer e decidimos nos posicionar com tudo que vinha acontecendo. Na minha opinião, o campeonato não estava preparado para esse retorno. Talvez os clubes grandes pudessem ter uma estrutura para proteger seus atletas, funcionários até familiares, como foi feito no Fluminense. Mas e os clubes menores? Quem os ajudaria?", afirmou.
Com apenas um caso positivo em seu elenco profissional, o Fluminense retomou atividades sob protesto e ainda batalha pelo direito de entrar em campo somente em julho, situação que, aparentemente, só será resolvida no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Para Yuri, a antecipação da volta do Carioca põe em risco não só atletas e funcionários: "É complicado você ir para um jogo e acabar contraindo o vírus, levando para sua casa, para sua família. Não achávamos certo, sendo que a pandemia não está controlada aqui no Rio", concluiu.
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