Treinos em Criciúma: decisão do Grêmio é legítima, mas afronta se mostra desnecessária

Lucas Uebel/Getty Images
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O Grêmio já decidiu, por meio de seu Conselho de Administração, que realizará de sete a dez dias de treinamentos em Criciúma, no Estado de Santa Catarina, para ter a chance de fazer atividades coletivas, algo que ainda está proibido no Rio Grande do Sul. O Internacional pode seguir o mesmo caminho, embora os dirigentes não confirmem. Pois esta situação causou um certo embaraço.

Aqui não se discute a legitimidade desta opção ou o quanto ela pode ser benéfica ou não aos atletas. É fato que ter a chance de trabalhar é muito melhor do que ficar parado, esperando as coisas acontecerem (ou não). Concordo também que o governo gaúcho está se mostrando intransigente demais quanto aos anseios de seus maiores clubes. Nada aponta que uma evolução nas atividades vai prejudicar a política de combate ao coronavírus - aliás, a dupla Gre-Nal tem se mostrado um exemplo de como lidar com a pandemia, protegendo ao máximo o seu grupo.

Mas, nesta hora, não se pode querer ser "antipático" ou afrontar as autoridades. A decisão do Grêmio, quase que de forma abrupta e pegando a todos de surpresa, saiu um pouco da rotina de como o assunto vinha sendo tratado. Talvez fosse a hora de até compor junto ao governo alguma situação emergencial, com este apoiando a saída momentânea de Porto Alegre, e se chegar a uma definição consensual sobre o tema. Repito. O Tricolor não fez nada para deixar a "ordem" em segundo plano ou para se mostrar acima do bem e do mal, mas a forma como a nota oficial do início da semana veio a público não condiz com o "modus operandi" da instituição sob o comando de Romildo Bolzan Júnior. A busca por soluções é legítima, porém o tom de afronta me pareceu desnecessário.

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