Thiago Neves no Fluminense? Flerte com o camisa 10 escancara clube ainda preso ao passado

Ainda que a brincadeira sobre "time do asilo" parta de uma premissa não tão verdadeira assim - a equipe base tricolor tem média etária inferior à rivais como Flamengo e Atlético-MG, por exemplo -, o Fluminense, ano após ano, continua repetindo comportamentos de mercado (e de gestão) pouco recomendados para um clube que deveria ambicionar ser cada vez mais profissional nas decisões.

Pagando caro por jogadores em reta final de carreira ao mesmo tempo em que praticamente "doa" inúmeras de suas joias de Xerém, o Tricolor Carioca inicia o ano levantando mais dúvidas do que certezas. E um novo rumor de mercado que vem ganhando forças nos últimas dias pode deixar o cenário nas Laranjeiras ainda mais complexo de se entender.

Livre no mercado de transferências desde a sua saída (em maus temos) do Sport Recife, Thiago Neves é um nome que vem ganhando forças nos bastidores tricolores para a temporada 2022. Sua boa relação com nomes importantes que hoje estão nas Laranjeiras, como Fred e Abel Braga, ajuda a entendermos o porquê do meia de 36 anos ainda seguir cotado em um gigante do futebol brasileiro que disputará a Copa Libertadores neste ano.

Contudo, fora a amizade interna e um apego nocivo do clube e de parte da torcida às memórias de um passado que já caminha para completar uma década - o último título conquistado por Thiago Neves nas Laranjeiras foi o Brasileirão de 2012 -, não há nenhum argumento tático ou técnico que justifique esse rumor/sondagem por parte do Tricolor em pleno 2022. Estamos falando de um atleta que, além de ter colecionado polêmicas e alguns problemas físicos em suas últimas passagens pelo futebol brasileiro, não gera impacto esportivo desde 2017, sua primeira temporada com a camisa do Cruzeiro. Lá se vão cinco temporadas.

Thiago Neves, Fred e Abel Braga deram muitas alegrias ao torcedor tricolor e merecem ser tratados com respeito. São ídolos, afinal. Contudo, o tempo no futebol é uma das grandezas mais inevitáveis: ele passa para todos, inclusive para quem fez história. Entender esse processo como natural, virar a página e olhar para o futuro, com orgulho do passado - mas sem ser refém dele -, é fundamental para ter sucesso neste esporte.