Surto de coronavírus no Flamengo contrasta com pressão para volta do público aos estádios

Flamengo Arrives in Rio After Playing the FIFA Club World Cup Qatar 2019 Final Against Liverpool
Flamengo Arrives in Rio After Playing the FIFA Club World Cup Qatar 2019 Final Against Liverpool / Wagner Meier/Getty Images
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No final de maio, a equipe do Flamengo encabeçou a volta dos treinamentos na cidade do Rio de Janeiro. Mesmo contrariando as recomendações das autoridades sanitárias, o rubro-negro articulou a retomada nas atividades do CT do Ninho do Urubu, utilizando os próprios métodos de prevenção contra a contaminação pelo novo coronavírus.

À época, o presidente do clube, Rodolfo Landim, defendeu a volta dos atletas às atividades no CT.

"Se a minha atividade é segura e está sendo feita seguindo protocolos, a minha pergunta é: por que não? O que estaria de errado na volta do futebol? Simplesmente por que você está tendo uma curva ascendente? A curva é ascendente numa pandemia porque ela está ocorrendo em outras atividades que não estão seguindo esse protocolo que a gente está seguindo. Não vejo isso como um problema."

disse Landim à época.

Já em junho, o Campeonato Carioca foi retomado com portões fechados, torneio vencido pelo próprio Flamengo após as finais contra o Fluminense.

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TOPSHOT-FBL-RECOPA-DELVALLE-FLAMENGO / CRISTINA VEGA RHOR/Getty Images

Três meses depois, com Libertadores, Brasileirão e Copa do Brasil estão a plenos pulmões, e o Flamengo encabeça uma nova discussão sobre retomada: do público nos estádios. A ideia é colocar ao menos 30% da capacidade do Maracanã, algo ventilado também pela Prefeitura do Rio de Janeiro.

O vice-presidente do Flamengo, Marcos Braz, mostrou apoio à iniciativa de retomar os estádios com públicos.

"A mágica do futebol, de todos os esportes, é o público. Desde que tenha segurança, tem que ter público."

citou Braz.
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FBL-RECOPA-DELVALLE-FLAMENGO / CRISTINA VEGA RHOR/Getty Images

O Ministério da Saúde chegou a aprovar o texto proposto pela CBF. A FERJ, por sua vez, se isentou da discussão, ressaltando apenas que foi feito um estudo técnico sobre o assunto. Os demais clubes da elite do futebol brasileiro defenderam a isonomia, ou seja, se voltar para um, precisa voltar para todos. O presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, chegou até a afirmar que não entraria em campo caso se liberasse o público apenas no Rio de Janeiro.

Em meio à discussão, o Flamengo protagoniza um problema: a delegação que viajou para o Equador para disputar a Libertadores está enfrentando um surto de coronavírus. Até o fim desta quarta (23), 16 atletas haviam testado positivo para o COVID-19, totalizando 26 em toda a delegação, até o técnico Domènec.

Enquanto defende o retorno da torcida por um lado, por outro a própria pandemia apresenta uma ironia ao Flamengo: os casos se espalham. Apesar dos protocolos, os riscos são reais e, enquanto não houver uma cura ou uma vacina, é complexo evitar totalmente a contaminação, mesmo nos espaços controlados.

A crise pulsante no Flamengo escancara a discussão: o Brasil já está pronto para abrir os estádios?