Superliga Europeia volta à tona com novo CEO, prazo e promessa de formato inédito
Por Lucas Humberto
Nem mesmo a revolta generalizada de algumas das principais torcidas do mundo no ano passado foi capaz de silenciar os planos da Superliga Europeia. Bernd Reichart, empresário alemão, é o novo CEO da A22, a companhia responsável pelo projeto. A intenção agora é recolocar os planos de uma reforma no futebol europeu em prática novamente. E com um novo prazo em mente: 2024.
Em entrevista ao diário Financial Times, Reichart, ex-diretor geral da RTL, um dos principais veículos de comunicação da Alemanha, deu detalhes sobre a reativação dos planos de criação da liga: "Há uma reavaliação do projeto. Queremos ver se existe ou não um consenso mais amplo sobre os problemas que o futebol europeu enfrenta".
Curiosamente, o novo prazo estabelecido - a temporada 2024/2025 - é também o ano em que a Champions League ganhará um novo formato, com mais clubes participantes. Em comunicado, o CEO ressaltou a importância de abrir um "diálogo ativo e alargado com um amplo grupo de partes interessadas no futebol".
"O objetivo é facilitar o desenvolvimento de um modelo esportivo sustentável para as competições europeias de clubes que reflita os interesses mútuos e de longo prazo dos torcedores e da comunidade futebolística em geral", seguiu. Em paralelo, Reichart também foi questionado sobre as dificuldades econômicas enfrentadas pelas equipes europeias.
Ao Bild, o alemão garantiu o desenvolvimento de um projeto menos excludente e capaz de dar fôlego financeiro aos envolvidos: "A maioria dos clubes estão no vermelho. Existe um consenso entre muitos clubes que as coisas não podem continuar assim. Nosso objetivo é falar com os clubes sobre uma competição mais atrativa, emocionante, justa e econômica", apontou.
"Queremos desenvolver um novo formato. Uma coisa é certa: deve haver uma competição aberta com classificações esportivas, como acesso e rebaixamento. Todos os clubes devem poder se classificar, desde o Légia Varsóvia até o Real Madrid."
- Reichart ao Bild
No ano passado, os fundadores da Superliga Europeia enfrentaram uma enorme rejeição por parte de torcedores e dos demais clubes que não estavam entre os 12 fundadores. À época, a debandada dos times ingleses indicava que não havia espaço para a discussão de uma liga naqueles moldes. Desde então, o projeto ficou a cabo de Real Madrid, Barcelona e Juventus.
"Os presidentes de Real Madrid, Barcelona e Juventus expuseram recentemente seus pontos de vista sobre os problemas que o esporte enfrenta. Acredito que fazem as perguntas corretas e, pessoalmente, gostaria de escutar diversas vozes para que a comunidade do futebol possa encontrar as respostas adequadas."
- Reichart, CEO da A22 Sports Management