Sucesso no mercado x fracasso na Champions League: de onde vêm as falhas do Barcelona?
Por Lucas Humberto
Nas semanas mais fervorosas do mercado de verão, só se ouvia Barcelona. Nos bastidores da bola, os blaugranas pareciam ser capazes de efetuar qualquer contratação, mesmo que isso significasse bater de frente com o fair play financeiro de LaLiga. Chegaram Lewandowski, Raphinha, Koundé, Kessié, Marcos Alonso, Christensen e Héctor Bellerín.
Mais de meio time renovava as esperanças de Xavi Hernández atingir a grandiosidade. Embora a narrativa de "projeto em andamento" funcione - e seja genuína -, os culés não investiram em promissores talentos mapeados ao redor do globo. Laporta buscou jogadores prontos em suas posições. A sede por títulos era evidente, com a Champions League em foco.
Claro que há um desejo por LaLiga - principalmente depois das conquistas de Atlético e Real Madrid nos últimos dois anos -, mas ninguém investe em Lewandowski pensando apenas no âmbito nacional. Por isso, depois da queda dos catalães ainda na fase de grupos da Champions, é preciso levantar a seguinte questão: onde estão as falhas?
Um destaque especial para as adversidades: a campanha está chegando em sua metade agora, mas Koundé, Kessié, Christensen e Bellerín já lidaram - ou ainda estão lidando - com lesões. Isso citando apenas as peças que chegaram no mercado de verão. Ainda assim, Xavi conseguiu manter a constância no Espanhol, onde o Barcelona ocupa a vice-liderança.
Aliás, há pouquíssimos problemas em termos de resultados - e até desempenho - na elite nacional. Apenas um ponto separa os catalães do líder Real Madrid. A principal falha do projeto culé em 2022 é a capacidade de decidir contra grandes adversários. Em LaLiga, a única derrota foi exatamente para o arqurrival merengue.
Só que o problema tomou proporções bem maiores à nível europeu. Na Champions, Lewandowski marcou cinco gols em cinco partidas, mas nenhum contra o Bayern de Munique. E olha que as chances não foram nada escassas no primeiro reencontro. Em San Siro, diante da Inter de Milão, o camisa 9 também não conseguiu furar a defesa.
Raphinha talvez seja o maior representante da distância entre expectativa e realidade. Contratado pela capacidade de drible e precisão no último terço, o brasileiro virou uma incógnita. De acordo com apuração do AS, o ponta impressiona nos treinos, mas dentro das quatro linhas vai sendo cada vez menos notado. Ele tem um gol e duas assistências na temporada. Isso custando R$ 246 milhões.
No Espanhol, o clube acaba sendo premiado pela pouca quantidade de adversários que conseguem bater de frente. Na Europa League, o cenário será bem diferente. Até aqui, seja por lesão ou desempenho, os badalados reforços não conseguiram entregar nem o mínimo esperado, afinal, não é preciso um Lewandowski para golear o Viktoria Plzeň.