Saída de Everton é o chamado "cobertor curto", e o Grêmio já decidiu o lado que quer (ou precisa) tapar

SILVIO AVILA/Getty Images
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Desde o ano passado, os torcedores do Grêmio convivem com a possibilidade real de perder Everton Cebolinha para o futebol europeu. Até agora, um dos grandes atacantes formados pelo clube ao longo da história segue na Arena, mas o cenário tende a mudar logo em seguida. Se antes a direção conseguia segurar o jogador, agora ela própria parece ter definido que a venda é a melhor saída para todas as partes.

Sem entrar no mérito ou não do merecimento do atleta em alçar voos mais altos, cabe aqui uma ressalva. O Grêmio, se cuida muito bem de suas finanças nos últimos tempos (o que é uma verdade irrefutável), deixa claro que praticamente abre mão da competitividade em campo para preservar a saúde de seus cofres. Ok, é uma política de gestão, mas a estratégia de escancarar isso vai de encontro ao sentimento das arquibancadas.

Kaz Photography/Getty Images

A torcida sabe que perder Everton é quase que inevitável, mas ouvir do presidente Romildo Bolzan Júnior, a cada entrevista, que a prioridade do clube em 2020 deixou de ser a conquista de títulos, que se for preciso vende um, dois ou três nomes, não cai bem aos ouvidos de quem torce por uma instituição saudável, mas não abre mão das vitórias. Isso desvaloriza a própria gestão que o dirigente fez nos últimos anos e que é constantemente elogiada.

Não se discute aqui a possibilidade ou a necessidade de se negociar Cebolinha ou a crise oriunda da pandemia de coronavírus. Todo jogador tem um preço e todo clube tem suas necessidades, financeiras e competitivas. E isso precisa caminhar lado a lado. Com o cobertor curto em mãos, se está escolhendo (e fazendo questão de mostrar) o lado que se quer tapar, quando o mais correto seria, no mínimo, tentar colocar sob a coberta tudo que fosse possível, sem abrir mão de nada. Repito: o Grêmio tem o direito e até o dever de lucrar com um atleta formado em sua base (e tomara que consiga o máximo de dinheiro possível), mas a meu ver haveria melhores maneiras de se externar os desejos, as responsabilidades e o estágio atual desta relação.

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