Renovação e Huitema inspirada: conheça o PSG Feminino, que chega invicto às quartas da Champions

PSG luta pelo bicampeonato francês consecutivo
PSG luta pelo bicampeonato francês consecutivo / John Berry/GettyImages
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Na próxima terça, 22 de março, a bola rola para os primeiros confrontos válidos pelas quartas de final da Champions League Feminina. Vivendo uma de suas edições mais prestigiadas em termos de audiência, equilíbrio e competividade, a competição mais importante do futebol feminino europeu tem exatamente 50% de chance de conhecer um campeão inédito: dos oito quadrifinalistas, quatro nunca conquistaram a principal taça do Velho Continente.

Dentre eles está o Paris Saint-Germain, vice-campeão em duas ocasiões (2014/15 e 2016/17). Será que finalmente chegou a vez do time da capital? A seguir, contamos um pouco da história da equipe feminina do Paris, seus pontos fortes, principais destaques e o porquê deste grupo merecer sua audiência nas próximas semanas de Champions que virão:


Instabilidade, antagonismo, a glória e o alívio: a dura caminhada do PSG

Irene Paredes, Olivier Echouafni
PSG demorou décadas para conquistar seu primeiro título francês / John Berry/GettyImages

O PSG inaugurou os seus trabalhos no futebol feminino ainda em 1971, um ano após a fundação do clube. Começou sua trajetória em divisões inferiores, demorando quase uma década para obter sua primeira e histórica promoção à Division 1 Féminine. O que era para ser o pontapé inicial de uma era de glórias para o projeto, no entanto, ganhou contornos de drama rapidamente: rebaixamento após uma temporada apenas na elite, e quase duas décadas de instabilidade subsequentes, com o clube da capital acumulando insucessos esportivos que quase encerraram as atividades na modalidade.

A mudança de chave só aconteceria na virada do século - exatamente na temporada 2000/01 -, quando o Paris, enfim, garantiu o tão sonhado acesso à primeira divisão do futebol feminino francês. Desde então, são vinte edições consecutivas se mantendo na elite do país, o que não significa que o "calvário particular" da equipe da cidade luz tenha acabado logo de cara.

O cenário encontrado pelo PSG quando chegou à elite nacional foi de enorme competitividade, ao ponto do clube da capital levar quase dez anos para erguer sua primeira taça de primeiro escalão: a Copa da França de 2009/10. Nos anos seguintes, o mundo do futebol feminino testemunharia a ascensão de um avassalador Lyon, que de tão dominante, deixava o Paris apenas com os vice-campeonatos empilhados. Ano após ano, sem brecha.

Até que veio a temporada 2020/21, de total quebra de paradigma na modalidade em solo europeu: o inabalável Lyon oscilou, e o Paris estava pronto para aproveitar a rara chance. Com uma campanha invicta e praticamente perfeita - 20 vitórias e dois empates em 22 confrontos -, o time da cidade luz, enfim, conquistou o Francês Feminino pela primeira vez. O dia do alívio!


Renovação bem-sucedida e promessa em alta: os pontos fortes

Jordyn Huitema
Huitema é o grande destaque do time parisiense / Catherine Steenkeste/GettyImages

Atual campeão francês e ainda sonhando com o bicampeonato nacional consecutivo, o PSG teve que se reinventar de uma temporada para outra, afinal de contas, viu partir inúmeras peças vitais de seu plantel: a lendária volante Formiga, que voltou ao Brasil para defender o São Paulo; as atacantes Nadia Nadim e Signe Bruun, que rumaram à Racing Louisville e Lyon, respectivamente; a excelente goleira Christiane Endler, que também assinou com o Lyon; e a zagueira e capitã Irene Paredes, que se transferiu ao Barcelona, sendo esta a perda mais sentida pelo clube francês e seus torcedores.

Apesar da intensa (e não-ideal) reformulação de elenco, o time parisiense segue rendendo em alto nível, se mantendo vivo e competitivo em todas as frentes que disputa, incluindo na Copa da França, na qual eliminou o arquirrival Lyon ainda nas oitavas de final. Isso se deve muito a uma identidade de jogo bem estabelecida - ainda que a comissão técnica também tenha mudado -, um coletivo forte e o brilho individual de duas atacantes em grande fase: Marie-Antoinette Katoto, de 23 anos de idade; e Jordyn Huitema, de 20. É, sem dúvida alguma, uma das duplas de ataque mais talentosas do futebol feminino mundial. Olho nelas!


Resumo da campanha pariesiense no torneio até o momento

Marie-Antoinette Katoto, Paulina Dudek
Katoto é uma atacante espetacular / Denis Doyle/GettyImages

Ao contrário de seu adversário nas quartas de final, Bayern de Munique, o PSG pode agradecer o destino que as bolinhas lhe reservaram. Beneficiado por um sorteio bastante acessível, o clube da capital francesa caiu no Grupo B, ao lado do ascendente Real Madrid e dos insipientes Breidablik UBK, da Islândia, e WFC Zhytlobud-1, da Ucrânia. Com grandes atuações, o time parisiense fez o que dele se esperava com a bola rolando: dominou sua chave do início ao fim, emplacando 100% de aproveitamento e não tomando sequer um gol em seis confrontos. São números que, sem dúvida, preocupam bastante o seu próximo adversário no torneio mais importante do calendário europeu.

Campanha na fase de grupos
6 vitórias, 0 derrotas e 0 empates - 25 gols marcados e nenhum sofrido

Breidablik 0 x 2 PSG (06/10)
PSG 5 x 0 Zhytlobud-1 (13/10)
PSG 4 x 0 Real Madrid (09/11)
Real Madrid 0 x 2 PSG (18/11)
Zhytlobud-1 0 x 6 PSG (08/12)
PSG 6 x 0 Breidablik (16/12)

Artilheira do time: Jordyn Huitema, com 6 gols anotados
Média de gols: 4,1 gols marcados/partida


Bayern de Munique e PSG inauguram as quartas de final da Champions League Feminina na próxima terça-feira (22), às 14h45 de Brasília na Allianz Arena, em Munique.