Rebeldia de Arthur revela antiprofissionalismo inesperado; brasileiro desperdiça chance de calar críticos
Por Fabio Utz
O ano era 2018, e Arthur deixava o Grêmio, mesmo que antes do previsto, como símbolo de uma geração vencedora. Afinal, surgiu em meio à Libertadores da América da temporada anterior e foi protagonista do time tricolor que garantiu o título. Agora, em uma negociação até certo ponto inesperada, o meio-campista sai do Barcelona rumo à Juventus com uma imagem totalmente diferente.
O atleta de 23 anos erra feio ao se rebelar contra o clube que lhe abriu as portas da Europa - e vamos combinar, não é "qualquer" clube. Simplesmente colocar ponto final em uma relação de forma unilateral, abrindo mão da possibilidade de vencer a Champions League por conta de birra com quem, supostamente, não o valoriza e não lhe dá as chances desejadas, não é um comportamento profissional. Moralmente, é uma atitude questionável.
Arthur, realmente, não viveu seus melhores dias no Camp Nou. Muito embora o início tenha sido avassalador, de modo a conquistar o respeito e a simpatia até mesmo de Lionel Messi, se viu envolto em questionamentos quanto à sua postura extracampo. Festas, viagens, companhias pouco construtivas. O brasileiro acabou sendo manchete muito mais fora das quatro linhas do que por sua produção durante as partidas. Pois, diante disso, agora era a chance de justamente calar a boca dos críticos e, mesmo já vendido, se comprometer com a causa catalã, com quem sempre honrou os compromissos firmados, com quem apostou no seu talento.
Não parecia ser da índole do meio-campista se colocar acima do bem e do mal. Pois é o que parece que aconteceu. Quando a negociação com a Juve foi anunciada, muitos torcedores do Barça ficaram ao lado de Arthur e contra a política da diretoria. Mas agora é difícil, para não dizer impossível, apoiá-lo.
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