Público, dinheiro e polêmica: o retrato do futebol do Rio de Janeiro
Por Antonio Mota
Mais um Campeonato Carioca e mais 'uma' polêmica. O Cariocão, em especial no recorte da truculenta relação entre Flamengo, Fluminense e Federação, não passa mais uma temporada sem aparecer nos noticiários esportivos como o centro de debates insensatos, egoístas e que pouco ligam para o contexto do Brasil. A pandemia da Covid-19 segue assolando o país e o mundo, mas o que vale é colocar uns trocados no bolso.
Após o empate em 1 a 1, no Maracanã – como prevê o regulamento –, no último final de semana, Flamengo e Fluminense vão decidir no próximo sábado (22) o Carioca de 2021. Nesta segunda mão, porém, há debates para que o jogo seja realizado em outra praça – no Mané Garrincha, em Brasília, segundo o jornalista Mauro César Pereira – e com público. Vale notar que houve conversas para que o primeiro embate fosse com os portões abertos, mas isso não foi possível.
Flamengo e Ferj são favoráveis à troca de estádio e à presença de público na final estadual, mas o Fluminense é contra. E assim surge mais um imbróglio no Rio. Os apoiadores da ideia utilizam as finais da Libertadores de 2020 e da Supercopa do Brasil de 2021 para defender a tese de que é possível e seguro reabrir os portões dos estádios (com limitações), enquanto os contrários seguem firmes na defesa contra o retorno dos torcedores durante a pandemia do novo coronavírus.
Salvo o Flu, Fla e Ferj não parecem dar muita atenção ao quadro da Covid-19 no Brasil e nas problemáticas de se colocar mais de 15 mil pessoas dentro de um estádio de futebol. Sim, existem exemplos recentes bem-sucedidos de jogos com público, mas de torneios que tomaram os mais diversos e rigorosos cuidados sanitários contra o vírus. O Carioca, com menos de uma semana para o derradeiro encontro, teria tal cuidado?
Bom... O dinheiro segue à frente da vida em nível de prioridade no futebol do Rio.