Por que os uniformes de times brasileiros são tão cheios de patrocínios em comparação aos europeus?
Uma das grandes reclamações dos torcedores brasileiros diz respeito à quantidade abjeta de patrocinadores que estampam as camisas dos times nacionais; e não apenas nas equipes pequenas, mas também nos grandes do Brasileirão Série A. A argumentação ganha ainda mais força quando se compara os uniformes do Brasil com os gigantes da Europa, que ostentam poucos patrocínios que tornam o fardamento muito mais limpo.
A pergunta é simples, mas a resposta é complicada: por que as camisas do time brasileiros são tão 'poluídas' em comparação com os europeus?
Por conta do dinheiro
Nos clubes europeus, o patrocinador máster - responsável pela parte mais nobre da camisa, logo abaixo do distintivo frontal - se responsabiliza quase que totalmente pelas cotas de patrocínio dos uniformes das equipes. Gigantes como Juventus, Barcelona e Manchester United chegam às cifras de 200 e 300 milhões de reais anuais.
Já no Brasil, não há o mesmo investimento das marcas. As gigantes de diversos segmentos não colocam tanto dinheiro no futebol, o que reduziu muito os valores dos espaços másters. Sem fechar a conta com sua parte principal, as equipes precisam vender outros setores do uniforme. Assim, há essa 'quebra' da camisa em diferentes áreas, visando vender cada uma delas por um preço menor e ganhar mais na soma total.
Em épocas de patrocínios valiosos de grandes empresas, os clubes brasileiros ostentaram camisas com poucas marcas estampadas. É o caso do Corinthians, em 2012, que faturava mais de R$ 30 milhões anuais com o patrocínio da Caixa, quase três vezes o valor fixado pela BMG para 2020, por exemplo.
Por que as empresas pagam menos?
A partir de 2013, o Brasil entrou em uma crise econômica, passando por uma época de recessão que piorou ainda mais com a pandemia de coronavírus. Logo, as grandes marcas perderam o interesse nas cifras milionárias depositadas nos cofres dos clubes, principalmente, porque elas não gozam mais de tanto dinheiro disponível.
Além disso, a queda de interesse pelo futebol e os graves casos de corrupção nos clubes brasileiros geraram um sentimento de desconfiança. As maiores marcas preferem associar suas logos com empresas de comunicação, e não com o clube diretamente, já que as garantias são bem maiores. No futebol, tudo é bastante incerto.
Uma das raras exceções atuais é o Palmeiras. O apoio da Crefisa foi muito importante para ajudar o time a se reerguer após de 2015, emendando uma Copa do Brasil, dois Brasileiros e um Paulistão. E a parceria não foi boa apenas para o clube paulista, já que a instituição financeira aumentou consideravelmente seu faturamento durante o período.
Há ainda outros motivos que explicam a desvalorização dos uniformes das equipes brasileiras; quer entender tudo? Confira o vídeo abaixo!