Piqué abre o jogo sobre relação com Bartomeu e se posiciona sobre 'quase saída' de Messi
Por Nathália Almeida
Evitando os microfones e os holofotes desde a forte entrevista concedida ao final da partida contra o Bayern de Munique pela Champions League - maior goleada sofrida pelo clube catalão em toda sua história na competição -, Gerard Piqué manteve o silêncio durante dois meses e meio, tempo de muita reflexão individual e de mudanças estruturais importantes nos bastidores do Barcelona. Agora, com a nova temporada já em curso e com novos companheiros ao lado, o defensor espanhol se sentiu à vontade para falar. E não poupou palavras.
Em longa entrevista concedida ao 'La Vanguardia', Piqué falou sobre tudo: as consequências imediatas da goleada de 8 a 2 sofrida para o Bayern, a chegada de Ronald Koeman ao comando da equipe, a relação dos jogadores com a alta cúpula blaugrana e mais. Este último tema, por sinal, é um ponto 'nevrálgico' para o zagueiro: sua relação com Bartomeu não é das melhores, e há mágoas evidentes entre as partes, alavancadas especialmente no momento em que a imprensa espanhola apurou que o clube pagava uma empresa para criticar jogadores do clube nas redes sociais.
"Não quero ficar mal com ninguém, mas houve momentos... Por exemplo, o tema das redes sociais. Como jogador do Barcelona, vejo que o meu clube gastou dinheiro - dinheiro que agora estão precisando de volta -, para criticar não só as pessoas externas com uma relação histórica com o clube, mas também os jogadores. Isso é uma barbaridade, é ultrajante. O responsável pela contratação destes serviços continua trabalhando no clube, e isso dói muito", afirmou.
Como não poderia ser diferente, a 'quase saída' de Lionel Messi na última janela de verão também foi assunto na longa entrevista concedida pelo zagueiro. Piqué afirmou não ter falado muito com o camisa 10 durante os dias de incerteza sobre seu futuro, mas criticou a forma como o clube conduziu a situação envolvendo o craque argentino.
"Leo fez muito por merecer poder decidir seu futuro, e se ele achava que deveria ir, eu, como presidente, teria atuado de forma diferente. Um jogador que durante 16 anos te deu tanto... Você é obrigado a chegar a um acordo com ele. Eu me pergunto: como pode ser que o melhor jogador da história, de quem tivemos a sagrada sorte de desfrutar, se levante um dia e mande um burofax porque sente que não o estão ouvindo? Tudo é muito chocante. Devemos preservar nossas figuras, não desacreditá-las. Isso me deixa nervoso. Estou surpreso que pessoas como Pep, Puyol, Xavi ou Valdés não estejam no clube. Algo não está sendo feito direito", concluiu.
Para ler a entrevista completa de Piqué, na íntegra, clique aqui.