Pia se desculpa por "Brasil desconectado" em derrota para a França e diz que detalhes mudam o jogo

Brasil perdeu para a França por 2 a 1 na segunda rodada da Copa do Mundo feminina

Técnica diz que a falta de conexão preocupa mais até que os gols

Técnica Pia Sundhage, em Brasil x França, pela segunda rodada da Copa do Mundo feminina
Técnica Pia Sundhage, em Brasil x França, pela segunda rodada da Copa do Mundo feminina / Visionhaus/GettyImages
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No reencontro com seu algoz de 2019, o Brasil – mais uma vez – perdeu para a França, pela segunda rodada da Copa do Mundo feminina. São 12 jogos no retrospecto, com sete derrotas e cinco empates. Os dois gols franceses foram marcados por Le Sommer, no primeiro tempo, e Wendie Renard, de cabeça após cobrança de escanteio, no segundo. Debinha fez o gol brasileiro no segundo tempo.

Ao sair de campo, a camisa 9 brasileira disse em entrevista à Fifa que o jogo foi decidido nos detalhes. A técnica Pia Sundhage concorda com a atacante: "É sobre detalhes e sobre gols, pois são eles que mudam o jogo. Detalhes são estar no lugar certo na hora de defender ou criar chances. Em um time com muita confiança, os detalhes acabam sendo positivos. Quando você está prestes a perder, é mais difícil", disse a treinadora.

"Futebol é muito sobre detalhes, quando se ganha ou quando se perde, especialmente na Copa do Mundo, quando é tudo tão apertado"

Pia Sundhage, técnica do Brasil

A atmosfera de "jogo em casa" tomou conta do estádio Suncorp, em Brisbane, mas não foi o suficiente para embalar o Brasil. "Eu acho que nunca experimentei isso antes. Estava muito barulhento, com muita torcida. Tivemos ótimo apoio, muita torcida e fica ainda mais difícil o fato de não termos vencido", disse Pia. O público total da partida foi de 49.378 torcedores, em sua grande maioria de verde e amarelo. Brisbane é uma cidade repleta de brasileiros: 10 mil, de acordo com o censo de 2021.

Em um jogo muito físico e tenso desde o primeiro minuto, as francesas impuseram seu ritmo de jogo, disputaram cada bola e foram superiores às brasileiras. Quebras de linhas, disputas pelo alto, verticalidade pelas alas, cruzamentos na área e bola parada foram as principais armas do time francês – uma seleção que tem sabidamente o ataque como ponto forte e dificuldades em recomposição defensiva.

No entanto, desde o primeiro minuto o Brasil estava desconexo, com espaços grandes entre as linhas e tremenda dificuldade em trocar passes. "Não estou tão preocupada com os gols, estou mais preocupada com o primeiro tempo em que não estávamos conectadas, não pudemos ver nem criar combinações. E peço desculpas por isso, deveria ser melhor."

A Seleção Brasileira não soube aproveitar as chances que criou – principalmente no início do segundo tempo, quando jogou melhor – e pecou em finalizações e tomadas de decisões no último terço do campo. "Defensivamente, é difícil jogar contra a França. É mais sobre defender. No início do segundo tempo, por uns dois minutos marcamos em pressão alta e, de repente, parecíamos um time diferente. É isso o que precisamos", explicou Pia.

Outros destaques da coletiva de imprensa

Erros táticos

"Foram bem no início do segundo tempo. Sobre os gols e jogadas ensaiadas, passamos por todas elas nos treinos, antes dos jogos, e quando mudamos as jogadoras, você apenas esquece ou não as faz bem. Me recuso a trazer algumas coisas que são erros individuais porque não acredito em erros individuais. É sobre o time. Mesmo que alguém perca a bola e seja gol, ainda é um time e há um motivo pelo qual alguém perdeu a bola ou não estava no lugar certo. "

Opção por Geyse no lugar de Bia Zaneratto

"Geyse é uma jogadora muito poderosa. Quando jogamos a bola pelo alto, é uma situação. O problema hoje foi que quando você joga a bola de pé para pé, e não foi só ela, perdeu a bola, não estamos conectadas, perdemos a posse. Há um outro jogo,  que é por a bola atrás da linha, da linha delas, mas não fomos específicas e nem precisas o suficiente. A palavra CAPRICHO, não teve. Debinha. Hills. Bola não foi para o meio de campo, para a a linha de trás, ano fomos precisas o suficiente, mas ela ajudou o time jogando duro. E precisamos de todas as jogadoras que estejam mais conectadas. A Copa do Mundo tem muitos jogos muito  físicos, vai ver muitos."