Palmeiras e Santos merecem o Maracanã e estão à altura da última final de Libertadores que o estádio recebeu
Por Rodrigo Salomao
Uma ferida que ainda não cicatrizou, e talvez nunca cicatrize. O torcedor do Fluminense que viveu aquele 2 de julho de 2008 jamais esquecerá esta data. Talvez esqueça um ou outro jogador, talvez esqueça de algum detalhe, mas o sentimento vivido - antes, durante e depois - jamais será esquecido. Mais de 12 anos se passaram, e o eterno "Maior do Mundo" volta a receber a decisão mais importante da América. Sorte (e mérito!) de Palmeiras e Santos.
De um Maracanã lotado (a ponto de as pessoas assistirem em pé sobre as cadeiras) para um estádio praticamente vazio, cheio de restrições devido à pandemia. Um triste sinal dos nossos tempos, mas o que importa, quando a bola rolar, é justamente isso: a bola rolando. A ansiedade para Palmeiras e Santos, tão perto e tão longe de mais uma taça da Conmebol Libertadores, só pode ser gigante. Tão gigante quanto a história destes dois clubes que abrilhantam ainda mais o palco da final.
A minha trajetória daquela noite de julho teve três gols de um mesmo jogador, teve virada, teve expulsão, polêmica de arbitragem e disputa de pênaltis. Ou seja, teve tudo. Só não teve um final feliz. E, se eu fosse aconselhar os torcedores que estão na porta do paraíso para a glória eterna, apenas diria "desfrutem cada momento, porque esses 90 minutos passam muito rápido". Mas eu não vou dar conselho nenhum. Seria muita pretensão.
Tanto palmeirenses quanto santistas sabem muito bem o peso de uma decisão continental, ainda mais no Brasil. Então apenas tenho um pedido: cuidem bem do nosso Maraca. E façam história, como só vocês, os maiores campeões do nosso país, sabem fazer.