Palmeiras é o grande favorito de seu grupo na Libertadores, mas não pode entrar em 'zona de conforto'
Por Nathália Almeida
Em virtude da paralisação do Campeonato Paulista, vimos muito pouco do Palmeiras em termos de jogos oficiais válidos pela temporada 2021. Fresca na memória do torcedor está a exibição da última quarta-feira (7), quando o atual campeão continental não teve boa atuação e sofreu para vencer por 2 a 1 o Defensa y Justicia, no confronto de ida valendo o título da Recopa Sul-Americana.
Podemos analisar esse cenário através do viés do 'copo meio cheio' ou do 'copo meio vazio': o ponto positivo é que o Verdão consegue vencer jogos mesmo quando não entrega atuações à altura de seu potencial e qualidade; o ponto negativo, na perspectiva de diversos torcedores, é de que este grupo de jogadores já jogou muito mais sob a batuta de Abel Ferreira e tem qualidade/recursos para ser ainda mais dominante. Temporadas históricas tendem a ser sucedidas de certa acomodação, algo que precisa ser monitorado de perto para não virar comodismo/falta de ambição.
O sorteio dos grupos da Libertadores não foi ruim pelo Verdão, muito pelo contrário: em seu caminho estarão o próprio Defensa y Justicia (ARG), o Universitario (PER) e o vencedor do G2, confronto entre Independiente del Valle e Grêmio. O rival argentino tem ideias de jogo bem estabelecidas, mas passa por um momento de transição desde a saída de Crespo, enquanto que os peruanos tendem a ser o 'patinho feio' do grupo. Quem vier do G2 despontará como principal desafiante do Verdão à liderança de chave. Ainda assim, o elenco do clube paulista é muito superior aos demais.
Para não passar qualquer susto na fase classificatória, no entanto, é bom que o Palmeiras mantenha a concentração, a gana e a competitividade em níveis altos. É fato que a temporada 2020 foi mágica, possivelmente a maior do clube em termos de conquistas, mas já faz parte do passado: a atual tende a ser ainda mais desafiadora pelo calendário sufocante e ascensão de novas forças no cenário nacional, afinal, Atlético-MG e São Paulo se reforçaram bastante e tendem a disputar protagonismo. Está nas mãos de Abel e de seu elenco a missão de manter o Palmeiras no topo. Qualidade para isso não falta.