Os destaques e as decepções do empate entre São Paulo e Fortaleza
Por Lucas Humberto
Na imprevisível quarta-feira (25) da Copa do Brasil, os confrontos de ida das quartas de final tiveram enredos difíceis de acreditar. Se de um lado o Flamengo goleou o Grêmio mesmo tendo um jogador a menos, do outro o São Paulo abriu 2 a 0 diante do Fortaleza, mas viu o placar marcar 2 a 2 ao término da partida.
Com o resultado, as duas equipes se preparam para a volta focando em apenas um objetivo: a vitória. Porém, antes de pensar no próximo compromisso, será necessário corrigir uma série de erros, principalmente do lado paulista da chave.
Abaixo, nós listamos os destaques e decepções do embate.
Destaques
1. Reinaldo, Liziero e Rigoni
Protagonista absoluto, Rigoni saiu com dois gols na conta e por pouco não virou herói de uma classificação adiantada. Nos dois lances mais agudos do argentino, lá estavam eles: Reinado e Liziero. No primeiro tento, o lateral fez um belíssimo lançamento para deixar o atacante no mano a mano. 1 a 0.
Cerca de 10 minutos depois, o meia entregou um passe em profundidade para encontrar o camisa 77. 2 a 0 e o início de um sonho. Mérito também de Hernán Crespo, que promoveu as entradas de Sara e Liziero no lugar de Benítez e Rodrigo Nestor.
2. Marcação do Fortaleza
Marca registrada de Juan Pablo Vojvoda, a marcação do Fortaleza não deu sossego aos adversários. A alta pressão permitiu desarmes cirúrgicos e chances criadas ainda nos minutos iniciais da partida. Certamente, essa será uma das estratégias do próximo encontro.
3. Poder de reação do Leão
Mesmo tendo criado oportunidades para abrir o placar no segundo tempo, principalmente pelo maior controle de bola, o Leão não conseguiu. No entanto, nem dois gols sofridos no espaço de 10 minutos foram suficientes para fazer os comandados de Vojvoda desistirem. Louvável. Não há outra forma de definir tamanho poder de reação.
Decepções
4. Tiago Volpi
A fase não poderia ser pior... depois de falhar na Libertadores, Tiago Volpi teve mais uma ação bisonha na conta. Quando vencia por 2 a 0, o arqueiro tentou cortar a bola em saída do gol contra Yago Pikachu, mas acabou entregando de presente ao ala. Ali começava a reação dos adversários. Simplesmente surreal...
5. Hernán Crespo
Mais consciente, Hernán Crespo deu sinais de que não iria se abater depois de cair ante o Palmeiras na Libertadores. Após efetuar mudanças pontuais, como citamos anteriormente, o treinador deu um "tiro no pé" ao tirar Rigoni, grande referência do Tricolor Paulista nos metros finais.
Em entrevista concedida após o duelo, o atacante negou cansaço e atribuiu a decisão à comissão técnica. Nada justifica tirar um jogador que estava tão bem no jogo...
6. Desconcentração do Tricolor Paulista
Se o poder de reação do Fortaleza é destaque, a desconcentração do São Paulo pode ser classificada como a mais pura decepção. Nove minutos. Foi o tempo necessário para que os comandados de Crespo perdessem toda a vantagem construída. Erros facilmente evitáveis não deixam margem para outra interpretação que não seja a perigosa confiança de quem está vencendo e, consequentemente, se distrai na própria (e enganosa) superioridade.
Fortaleza e São Paulo se encontram novamente no dia 15 de setembro, às 21h30 de Brasília, na Arena Castelão.