O Corinthians tem mais a comemorar que o Palmeiras com o empate no dérbi?
Por Victor Chagas
Um jogo que já tinha um resultado definido, por torcedores e pela mídia, acabou se mostrando totalmente diferente. No último sábado, no Allianz Parque, o Corinthians conseguiu buscar o empate após o Palmeiras abrir o placar rapidamente nos primeiros minutos do jogo. Mas o que se tira deste resultado? O timão tem mais a comemorar do que o Palmeiras com o empate no dérbi? Vamos analisar este resultado para o lado alvinegro da história.
O que poderia acontecer se o Corinthians voltasse a campo com um time recheado de volantes? Tranquilamente, pela baixa qualidade ofensiva dos meio campistas que estavam em campo, era esperado um time altamente defensivo, bem postado, com intenções de usar bem os contra-ataques, explorando os erros do Palmeiras, sem pretensões de propor o jogo.
Entretanto, neste dia dos namorados, Sylvinho começou a atrair outros olhares da torcida corinthiana e, finalmente, esta relação que começou conturbada pode encontrar a calmaria e a confiança que todo bom relacionamento deve ter: o Corinthians, pela primeira vez com o novo técnico, logo em um clássico desta magnitude, propôs o jogo. Após sofrer o gol, aos dois minutos do primeiro tempo, o Coringão não lembrava em nada as equipes que perderam para o Atlético-GO e muito menos o time que venceu o América-MG e ia se lançando no ataque.
Por mais que o gol do rival tenha saído muito cedo, o Corinthians se mostrou seguro defensivamente. Embora, em alguns momentos, a linha defensiva e a primeira linha do meio campo estivessem muito distantes, o que gerava espaço para os meias palmeirenses avançarem, o timão também, em outros momentos, mostrou uma solidez defensiva que dificultava muito a criação de jogadas do Palmeiras, principalmente quando iniciada com os seu único volante.
João Vitor fez mais uma ótima partida, Fagner e Fábio Santos conseguiram, na maioria das vezes, frear os rápidos alas do palestrinos. Cantillo, que era tão criticado pela fraca marcação, fez uma de suas melhores partidas pelo Timão. O colombiano está em campo, mostrando um bom futebol, graças ao trabalho tático de Roni e Gabriel que não jogaram apenas na defesa. Por mais que eles não tenham tanto traquejo no ataque, foi após o passe de Roni, no ataque, que Gustavo Silva, o melhor jogador do time até então, achou Gabriel livre para balançar a rede e empatar o jogo no 2º tempo.
Agora o ataque é a grande incógnita, pois sabemos da qualidade de Gustavo Silva, mas Mateus Vital ainda busca o bom futebol mostrado antes de sua lesão e Luan ainda não mostrou o que tem de bom para a Fiel. Por outro lado, a defesa está se entendendo, em conjunto com um meio de campo que marca bem e começa a se aventurar no ataque. Cantillo é protegido, pelos dois outros volantes, para poder distribuir o jogo e marca bem, auxiliando na linha de cinco jogadores no momento em que a bola esta com o adversário.
O Corinthians agora é um time com posse de bola e defesa se solidificando. Resta agora saber o que vai fazer com a bola e como vai fazer. Esse resultado foi importantíssimo pro Timão, tendo em vista que o time está se edificando, com os jogadores criando confiança no trabalho de Sylvinho e entendendo o que ele quer pro time. Ir atrás do empate, dominando o Palmeiras em muitos momentos do jogo, dá força ao time e a torcida e, consequentemente, começa a acender o pavio da bomba que pode, logo menos, explodir no Allianz Parque.