O que se pode tirar de bom da vitória do Timão contra o América-MG?
Por Victor Chagas
No último domingo (6), o Corinthians conquistou sua primeira vitória no Brasileirão 21, sendo também o primeiro resultado positivo sob o comando de Sylvinho. Ao bater o América-MG, no estádio Independência e pelo placar mínimo, o time se vê mais aliviado e, levemente, menos pressionado. Isso acaba facilitando o trabalho da comissão técnica, pois irão, agora, trabalhar com mais tranquilidade para definir os próximos passos, pautados nos erros e nos acertos deste último confronto. E o que se pode tirar de bom desta partida para que a equipe siga evoluindo? É o que vamos apresentar agora.
A proposta de jogo
Visivelmente, na partida de domingo, a comissão técnica entendeu que era necessário dar mais importância a defesa do que ao ataque. Pelo terceiro jogo seguido, Sylvinho escalou três jogadores de meio campo com características mais defensivas do que ofensivas. Os volantes escolhidos desta vez foram: Gabriel, Roni e Cantillo. Entretanto, o Timão não se colocava como proponente do jogo e nem fazia o constante "perde-pressiona". O time paulista jogou mais posicionado, chegando a se colocar, sem a bola, em um sistema 4-5-1, com linhas próximas, evitando espaços que possibilitassem passes entre as linhas, como os vistos nas duas partidas contra o Atlético-GO. Portanto, o treinador optou pela simplicidade, pela correção do sistema defensivo e, quando possível, aplicar uma boa saída em contra ataque. Esta foi uma das boas ações de Sylvinho para que pudesse chegar à sua primeira vitória como técnico do timão. Ponto pra ele.
Fagner atacando
Finalmente, um dos maiores trunfos atuais do Corinthians foi utilizado. Após dois jogos, muito fracos ofensivamente, Fagner voltou a atuar como ala pela direita. O jogador estava se lançando ao ataque, como normalmente fazia, tabelando, progressivamente, com Cantillo, com Luan e com Gustavo Silva, tanto que em uma boa jogada, após receber passe do camisa 7 alvinegro, o lateral chutou pro gol e exigiu defesa do goleiro americano. Além disso, a presença de Fagner no ataque aumenta o nível técnico no último terço do campo, não deixando o time apenas com vantagem numérica naquela região. A ausência de um centro-avante ou de um outro jogador com mais qualidade dentro da área, inutilizaram, de certa forma, seus cruzamentos que mais serviram para consagrar a zaga adversária, mas isso não muda o fato de que com o jogador agindo, não apenas defensivamente, o Corinthians volta a ter uma válvula de escape, com qualidade, velocidade, técnica e efetividade. Mais um ponto para Sylvinho.
João Victor, Cantillo e Gustavo Silva
Três jogadores, de funções diferentes, que merecem ser exaltados pelo futebol apresentado ontem e pela importância que cada um tinha dentro do esquema do time. João Victor, que pegou a vaga de titular devido a problemas pessoais que Raul Gustavo vem passando, mais uma vez fez uma belíssima partida. Ganhou a maioria das bola pelo alto, acertou a maioria das saídas pelo lado direito, segue sendo uma promessa muito promissora para o Timão. Num esquema onde a defesa foi mais priorizada, ter um zagueiro rápido e que está, cada vez mais, evoluindo na questão técnica é primordial. Em breve ele acabará se tornando titular absoluto, ainda mais neste esquema defensivo que deve vir por aí.
Cantillo foi outro que fez um jogo muito bom no estádio do Horto. Mais livre, jogando como segundo homem no meio campo, o colombiano conseguiu mostrar o que faz de melhor, que são seus passes precisos. Além disso, o volante, que é tão criticado por não ser um exímio marcador, também roubou bolas, foi combativo e pôde fazer muito pelo time na região central do gramado. Boa parte da mobilidade do time se deve a boa partida que Cantillo fez, não com velocidade, mas com visão de jogo e qualidade técnica.
Gustavo Silva já é, definitivamente, um dos melhores jogadores do Corinthians na atualidade. Rápido e insinuante, o ponta direita não teme o adversário e vai em busca do confronto direto. Assim foi contra o Palmeiras, contra o Atlético-GO e contra o América-MG, onde ele acabou sofrendo pênalti nas três oportunidades. A velocidade do jogador, junto da técnica de Fagner, pode trazer um lado direito bem perigoso para os adversários, gerando esperança, para a fiel torcida, de que a maioria dos gols saiam por aquele lado. Além dos dribles e da velocidade, Gustavo conseguiu finalizar duas vezes por se movimentar bem, dando condição para receber passes que o colocassem de frente pro gol. Em um esquema defensivo, é essencial ter jogadores rápidos que deem vazão aos contra-ataques. Mais três pontos para Sylvinho, tal qual os pontos conquistados pelo Corinthians em Minas Gerais.