O inexplicável time de Vila Belmiro

Santos FC, finalista da Conmebol Libertadores 2020.
Santos FC, finalista da Conmebol Libertadores 2020. / Pool/Getty Images
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#VozDoTorcedor
Por Bruno Fernandes, torcedor do Santos


Aos 30 minutos do segundo tempo já era possível comemorar. O Santos chega a mais uma final de taça Conmebol Libertadores. Olhando para a campanha, o alvinegro praiano derrubou a LDU e a altitude, passou sem dificuldades pelo tricampeão e tradicionalmente copeiro Grêmio e desfilou contra o Boca Juniors, talvez o time mais emblemático dessa competição. 

Que Santos é esse? 

É o Santos do Neymar? Estamos falando de 62?

Não. É o time de 2020. E o time de 2020 joga com: 

Pool/Getty Images

Fifa Ban. Durante todo o ano de 2020 e até o momento o Santos está impedido de registar novos jogadores. A decisão é fruto de uma punição da FIFA pela inadimplência do clube referente a compra de jogadores no passado.

Três presidentes diferentes. Nessa “temporada” (2020 / 2021) o Santos teve três presidentes diferentes. Um presidente que sofreu impeachment, um presidente de transição e o atual, eleito agora em dezembro.

Três meses de direito de imagem em atraso: Durante todo o ano de 2020 os jogadores sofreram com seus salários atrasados, além dos direitos de imagem.

Saída de doze jogadores em relação ao elenco de 2019, dos quais sete eram titulares.

Dois técnicos diferentes.

Santos v Boca Juniors - Copa CONMEBOL Libertadores 2020
Santos v Boca Juniors - Copa CONMEBOL Libertadores 2020 / Pool/Getty Images

Sim, esse é o Santos de 2020/2021. Inacreditável como time que teve o rei do futebol consegue sempre se reinventar, sobreviver e ser protagonista. Nessas crises sempre surgem heróis e a lenda dos meninos da vila se perpetua. Eram 4 no time titular do jogo de ontem, sem contar Pituca e Lucas Braga que embora não tenham feito a base no Santos jogaram na equipe sub-23.

No fundo o torcedor santista sabe que só o Santos consegue suportar isso e manter-se 108 anos na elite do futebol, colecionando títulos e ídolos. Por muito menos vários clubes faliram e entraram em crises intermináveis. O Santos não. Uma hora os deuses do futebol vão cansar, mas por enquanto a gente chega no foguete do Marinho a mais uma final de Libertadores.

Respeitem o Santos!