Número de jogadores da Série A com Covid-19 chegou a 341
Os clubes da Série A encontraram um adversário que afetou diretamente a escalação de cada equipe nos jogos: o coronavírus. Desde a retomada do futebol, os times brasileiros têm seguido uma série de acordos e recomendações para voltar a jogar, mas, infelizmente, isso não impede que os atletas sejam contaminados pelo vírus.
O GE compilou todos os casos relatados de atletas que testaram positivo para a Covid-19, independentemente de o nome do atleta ter sido revelado. Vale ressaltar que nem todos os clubes anunciaram todos os casos positivos do time. Os clubes da Série A relataram um total de 341 casos desde que os testes começaram a ser realizados.
O relatório, em colaboração com o economista Bruno Imaizumi, comparou os casos de Covid-19 entre elencos da série A com a média móvel de infectados no país, levando em conta os dados do Ministério da Saúde.
Com o estudo, conclui-se que o número de casos positivos no futebol acompanha o cenário no Brasil. Além disso, houve um grande número de casos divulgados em maio e junho, porém, os clubes relataram que muitos jogadores já estavam recuperados da Covid-19, sem determinar exatamente quando tiveram a doença. Sendo assim, a concentração de casos em maio e junho não reflete 100% a realidade da cronologia dos infectados neste período.
Nas últimas semanas, ocorreram surtos de casos no Athletico-PR, Atlético-MG, Coritiba, Palmeiras e Santos. Outros clubes como Goiás, Flamengo, Fluminense e Vasco também se contaminaram em pouco tempo.
Segundo estudo divulgado pela CBF, não há evidências de que o vírus tenha se espalhado dentro de campo. Para o Dr. Alberto Chebabo, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Doenças Infecciosas, o problema é todo o ambiente que envolve o futebol.
"Há vários exemplos de que essa disseminação ocorre dentro do clube, seja no treinamento e dia a dia ou em uma viagem, em uma refeição. Aquelas pessoas estão todas juntas ali. O jogador não fica trancado dentro do quarto. Ele faz as refeições com todos juntos, eles se reúnem em grupo, seja para jogar, seja pra bater papo. Então, essa disseminação acaba acontecendo, principalmente se eles estiverem sem máscara. Eu não tenho dúvida que a contaminação não ocorre dentro do campo, mas também não tenho dúvida que a contaminação ocorre dentro do ambiente do clube"; declarou o infectologista.