Novos tempos: expectativas para o clássico entre Barcelona e Real Madrid nunca foram tão baixas
Por Nathália Almeida
Potências mundiais e principais protagonistas em nível europeu nos últimos 20 anos, Barcelona e Real Madrid costumam 'mover montanhas' quando estão frente a frente, seja por La Liga, Champions ou qualquer outra competição. Pelo tamanho dos clubes, pelo peso das camisas, pelo marketing, pelas grandes estrelas e por suas imensas torcidas espalhadas ao redor do globo, o encontro entre catalães e madridistas tornou-se o clássico mais midiático do futebol mundial: com uma semana de antecedência ao 'El Clásico', era comum já não haver outro assunto diferente circulando entre a imprensa europeia e as redes sociais. Mas, como todos percebem, isso mudou.
A saída de Cristiano Ronaldo do Real Madrid, ainda em meados de 2018, foi o primeiro 'duro golpe' à magia em torno deste confronto. Contudo, a expectativa para a partida nunca foi tão baixa como agora: faltando pouco menos de dois dias para a bola rolar pelo primeiro 'El Clásico' de 2020/21, só se fala em outra coisa. No Brasil, na Espanha e na Europa no geral, a comoção em torno da partida do próximo sábado (24), no Camp Nou, praticamente inexiste. Mas por quê?
Queda técnica
Após uma trágica temporada de 2019/20, o Barcelona reformulou comissão técnica e parte de seu elenco profissional. O trabalho de Koeman vive seus estágios iniciais e ainda não empolga, apesar de começarmos a testemunhar a ascensão de jovens valores de enorme potencial como Ansu Fati, Trincão e Pedri.
O Real Madrid, por sua vez, manteve a base do time campeão espanhol na temporada passada, mas não repete as atuações dominantes que emplacou nos meses que sucederam a longa paralisação do calendário em virtude da covid-19. Parece um time desmotivado e envelhecido em alguns setores, além de muito desorganizado defensivamente.
Esvaziamento de estrelas
Com o passar dos anos, é mais do que natural que elencos se renovem, com jovens talentos subvertendo a hierarquia e assumindo protagonismo no lugar dos medalhões. Contudo, é natural também que as 'eras de ouro' de Barça e Real ainda tomem conta do imaginário popular: há um apego muito grande aos embates épicos entre CR7 x Messi, 'assessorados' por grandes craques como Bale, James, Iniesta, Luis Suárez, Xavi, Neymar.
Hoje, temos um clássico esvaziado em estrelas, e as poucas que ainda seguem em Real ou Barça, estão em declínio técnico (como Luka Modric) ou insatisfeitas/pouco motivadas (como Lionel Messi). Sergio Ramos, que obviamente é um grande personagem e uma grande personalidade na história deste confronto, está lesionado e dificilmente terá condições de jogo.