Nove expulsões em nove jogos da Série A: indisciplina ou rigor excessivo da arbitragem?

Raphael Claus protagonizou o Fla-Flu deste domingo, 18
Raphael Claus protagonizou o Fla-Flu deste domingo, 18 / Buda Mendes/GettyImages
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Se seu time não teve pelo menos um expulso na 27ª rodada do Brasileirão, parabéns. Em nove partidas disputadas - Atlético Goianiense e Internacional se enfrentam nesta segunda (19), no fechamento da jornada -, as diversas equipes de arbitragem espalhadas pelo país distribuíram nove cartões vermelhos para jogadores e um para Abel Ferreira, técnico do Palmeiras. Destaque, claro, para o Fla-Flu deste domingo, 18, que terminou com cinco peças a menos.

A expressiva marca de advertências fez desta Série A a edição com mais cartões vermelhos para atletas dos últimos 10 anos, segundo levantamento do ge. Foram 83 jogadores expulsos ao longo de 27 rodadas, superando os 82 do Brasileiro de 2020. No exemplar Fla-Flu, Marinho e Cebolinha foram os "escolhidos" do lado do Fla, e David Braz, Manoel e Caio Paulista pelo Flu.

Fluminense e Flamengo se enfrentaram pela 27ª rodada do Brasileirão
Fluminense venceu o Flamengo, por 2 a 1 / Wagner Meier/GettyImages

Com tantos cartões vermelhos, Raphael Claus não poderia deixar de ser o protagonista do clássico carioca nem se quisesse. Aliás, nossa discussão parte exatamente daqui: o que acontece quando um árbitro deixa de ser uma engrenagem do futebol e passa a ser o centro das atenções? A resposta é, de tão simplista, amarga. Basta observar os recentes eventos. E não só no Brasil.

Na vitória de 3 a 1 do PSG sobre o Maccabi Haifa, pela Champions League, Neymar recebeu um cartão amarelo por celebrar com uma careta. Bem distante dos gramados europeus, Pedro Raul também recebeu um amarelo no empate em 1 a 1 entre Red Bull Bragantino e Goiás. A razão? Ele comemorou de frente para a torcida do Massa Bruta.

Com isso, o atacante do Esmeraldino cumpre suspensão na 28ª rodada da Série A, quando sua equipe recebe o Botafogo. Indisciplina ou rigor excessivo da arbitragem? Levantamos uma terceira via - e esta realmente existe: uma tomada de protagonismo dos donos do apito. Quantos árbitros você conhece pelo nome? A lista não é nada pequena, certo?

Na ânsia de mostrar quem realmente manda, a arbitragem vai sendo construída com homens e mulheres que, em campo, deixam transparecer a sua personalidade e deixam de lado a do futebol. Passa, então, a ser permitido cartões amarelos por comemoração. Dancinha? Jamais. Careta? Nem pensar. Tudo em nome de um novo protagonista que ninguém pediu.