Não esquecer para não repetir: Tragédia de Heysel completa 35 anos e segue ensinando lições
Por Nathália Almeida
'Um povo que não conhece a sua história, está condenado a repeti-la'. Uma frase poderosa e que pode ser aplicada em todos os campos da vida em sociedade, da política até mesmo ao futebol. Nesta sexta, 29 de maio de 2020, completam-se exatos 35 anos desde uma das noites mais tristes da história do esporte, episódio que ficou conhecido como a 'Tragédia de Heysel'.
29 de maio de 1985. Juventus e Liverpool se enfrentariam pela grande decisão da Copa dos Campeões da Europa, equivalente à Champions League na época. A sede escolhida pela UEFA para a disputa do grande e aguardado duelo foi o Estádio de Heysel, em Bruxelas, palco que já havia recebido outras três finais europeias. Acontece que a última delas havia sido há mais de uma década, tempo suficiente para tornar o estádio belga obsoleto e acanhado demais para um jogo deste porte. Houve debate sobre o assunto nas semanas que antecederam o confronto, mas as entidades optaram pela manutenção do cronograma.
A opção por manter Heysel como a sede de uma final entre duas torcidas de massa - sendo uma delas inglesa, bem no período do auge do hooliganismo -, foi apenas uma das diversas imprudências e negligências que cercaram aquela partida. A instituição de um 'setor neutro' com acesso aberto para italianos e pessoas de outras localidades, a fragilidade das grades de proteção e pouco policiamento viabilizaram o cenário que antecedeu um massacre: uma hora antes da bola rolar, torcedores do Liverpool derrubaram a grande de separação e foram pra cima dos fãs juventinos, vitimando fatalmente 39 pessoas. Inacreditavelmente, o apito inicial aconteceu momentos depois, e a bola rolou para uma das finais mais sofríveis e inexplicáveis de todos os tempos. A Juventus venceu por 1 a 0 e sagrou-se campeã, mas o gosto do título foi amargo.
Então, do luto se fez lição, e o episódio tornou-se um forte argumento para o combate real ao hooliganismo e para a implementação de uma nova série de medidas preventivas/de segurança envolvendo o esporte. Relembrar Heysel sempre irá doer, afinal, 39 vidas foram perdidas em um contexto que deveria ser de vida, alegria e celebração, uma partida de futebol. Contudo, o esquecimento não é uma opção: trata-se de um caminho perigoso que abre brecha para repetição dos mesmos erros, além de uma desonra à memória daqueles que partiram.
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