Na Justiça! Ex-jogador tenta responsabilizar Santos por aposentadoria precoce após cinco cirurgias no joelho
Por Fabio Utz
Após cinco cirurgias para tentar a correção de problema no menisco do joelho direito,
Brendon Eric de Souza Silva precisou encerrar a carreira de forma precoce. Pois o agora ex-jogador está na Justiça contra o Santos, na tentativa de responsabilizá-lo por tal fato e obter indenização.
O ex-volante deixou os gramados com 27 anos e pede, como destaca o blog Lei em Campo, indenização substitutiva da estabilidade acidentária, indenização securitária e indenização por danos morais, estabelecendo um total de R$ 178.044,00. "O reclamante poderia ainda estar exercendo sua profissão, se tivesse cumprido o período de recuperação corretamente, ou se tivesse recebido os tratamentos adequados dos médicos eleitos pela Reclamada; não ser 'enfiado em cirurgia após cirurgia', sem conseguir a correção esperada. Não pode cumprir a prescrição médica, se viu impedido de cumprir o repouso receitado e jogou com proteções improvisadas e remédios fortes contra as dores. Resultado óbvio foi o agravamento da lesão de menisco, de forma incurável, até sua total remoção. A falta de respeito ao atleta, ao empregado, mas principalmente, ao ser humano foi flagrante e não poderá passar incólume, razão da propositura da presente ação", argumenta a defesa.
Brendon assinou seu primeiro contrato com o Santos em 4 de janeiro de 2016. O mesmo teria validade até o final da temporada seguinte, mas foi renovado, passando a ter data de término em 31 de dezembro de 2019. Porém, foi em março de 2016, durante amistoso, que o profissional sofreu a lesão. Viria a ser operado em 16 de abril do mesmo ano e voltaria à mesa de cirurgia um mês depois para tratar de uma infecção no local. Em 2017, chegou a entrar em campo, mas voltou a sentir o problema e, em dezembro, passou por nova intervenção. A solução não veio, e em 2018 seriam outras duas cirurgias, em setembro e outubro. Na metade da temporada passada, voltou aos gramados, no entanto não teve o vínculo mantido. Ao assinar com o Anapolina-GO, não durou 15 dias por dores e diminuição da capacidade física. "Hoje sequer consegue deambular naturalmente, claudica e sente dores após qualquer esforço maior sobre a perna direita. Sua vida atlética não mais existe. Sequer uma 'pelada' com os amigos consegue participar. Um jovem que passou a vida pelos campos de futebol, hoje se vê impedido de praticar a sua profissão ou sequer o lazer de que mais amava. E tudo isso graças à grave lesão que hoje não mais tem recuperação", diz parte da ação.
Segundo sua defesa, "por ser um risco ao qual o jogador está sempre exposto enquanto empregado do clube, este tem completa responsabilidade sobre a saúde e as condições físicas dos jogadores. O jogador não pode sair do clube com uma saúde pior do que quando entrou. Ele tem de ter as mesmas condições físicas. O esporte profissional não pode significar que o trabalhador possa se lesionar só porque acidentes e contusões acontecem". Procurado, o departamento jurídico do Peixe disse que "não comenta ações em curso, para não prejudicar o andamento do processo".
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