Muito mais que um 9: retorno de Fred é ganho técnico, moral e afetivo ao Fluminense
Por Nathália Almeida
Agora é oficial: um dos 'casamentos' mais bem sucedidos do futebol brasileiro neste século está oficialmente reatado. Na tarde do último domingo (31), o Fluminense utilizou suas plataformas e redes sociais para anunciar o retorno do centroavante Fred, terceiro maior artilheiro da história do clube com 172 gols em 288 partidas, o maior deles contando apenas gols/jogos oficiais.
Bicampeão brasileiro com a camisa tricolor, Fred retorna para um contrato de dois anos, válido até o dia 21 de julho de 2022, exato dia em que a instituição completará 120 anos. Como diversas fontes adiantaram durante a semana, o camisa 9 terá seus vencimentos compostos por uma parcela fixa e outra variável, composta por utilização de imagem e ganhos com linha de produtos, Sócio Futebol, patrocínios exclusivos, venda de camisas e outros projetos de marketing.
O anúncio, como não poderia ser diferente, gerou imenso engajamento nas redes sociais. Expressões como 'O Fred vai te pegar' e 'O homem voltou!' permaneceram nos trending topics [assuntos mais comentados] do Twitter durante toda a tarde de domingo, uma das provas do tamanho que o centroavante tem junto ao clube e sua torcida.
Para entender a euforia das arquibancadas com o retorno de Fred, é preciso se desgarrar do pensamento puramente técnico/competitivo, apesar de que o camisa 9, mesmo aos 36 anos, parece estar em dia com sua forma física e com 'lenha para queimar' dentro das quatro linhas. Se não tem mais a força e a explosão de 2009, seu QI de futebol se prova no posicionamento, na visão de jogo, e no potencial de finalização, que não se perdeu com o tempo. Trata-se de uma contratação que gera ganhos consideráveis o clube em, no mínimo, quatro frentes: potencial artilheiro, marketing/engajamento, liderança positiva dentro e fora dos vestiários e resgate moral do clube e seu torcedor, bastante maltratados nos últimos anos com equipes fracas e resultados ruins.
A frieza do scout não dá conta do que é o futebol na essência: a identificação, a construção de identidade entre campo/arquibancada, o aspecto afetivo. E Fred agrega isso tudo. Nos últimos anos, o torcedor do Fluminense se habituou a ver jogadores medianos usando o clube de 'vitrine', ganhando alguma projeção com a camisa tricolor, mas sequer titubeando em deixá-la na primeira oportunidade. Fred, por outro lado, fez questão de retornar às Laranjeiras para ser novamente abraçado pela torcida. Se adequou à nova realidade do clube e se mostra bastante alinhado aos posicionamentos institucionais, mais uma evidência de como essa segunda passagem tem tudo para dar certo. Para muitos, já deu.
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