Melhor de três? Ney Franco é mais uma tentativa do ‘mesmo’ para novidade procurada pelo Cruzeiro
Por Antonio Mota
O Cruzeiro anunciou, na manhã da última terça-feira (8), o desligamento do técnico Enderson Moreira. Com isso, o clube mineiro, que já havia demitido Adílson Batista na temporada, voltou ao mercado e fechou com Ney Franco – depois de ouvir um “não” de Rogério Ceni. Ou seja, em nove meses – lembrando que o futebol brasileiro ficou parado por mais de 90 dias, devido à pandemia do novo coronavírus –, o Cabuloso assinou com três treinadores diferentes.
Essas trocas de comando, respaldadas em uma busca fictícia por um futebol que dificilmente o Cruzeiro vai apresentar em 2020, geram uma média (generosa, desconsiderando alguns fatores importantes) de um técnico a cada três meses e mostram o desespero de um gigante apequenado na incompetência de dirigentes e outros profissionais – não de todos que estão na Toca da Raposa, obviamente – do clube.
Para além dessa angústia vivida em Belo Horizonte, há uma falsa ilusão de que a troca no comando técnico da equipe vai trazer uma super evolução ao Cruzeiro, que pena na Série B do Campeonato Brasileiro e que foi um fracasso em todos os outros torneios que participou na temporada. Em si, assim como foi com Adílson Batista e com Enderson Moreira, Ney Franco é mais um “tiro no escuro” da arrastada equipe mineira.
De todo modo, sem uma bola de cristal, não é possível saber se o recém-contrato técnico vai dar certo na Raposa, mas o que é certo afirmar é que o Cruzeiro ainda precisa melhorar muito para voltar à elite do futebol brasileiro e que, para isso, vai ter que se remodelar ao “novo futebol”, o qual tem deixado cada vez menos espaço para o “vai levando” ou para o amadorismo. Hoje, fora a bola, o time mineiro precisa se redesenhar aos moldes de uma nova era do esporte.