Marinho relata cenas de terror após ônibus do Fortaleza ser apedrejado e cobra posicionamento de jogadores

  • Ataque aconteceu após o empate com o Sport na Copa do Nordeste
  • Delegação estava voltando para o hotel e jogadores feridos foram hospitalizados

Ex-Ceará, Santos e Flamengo, dentre outros clubes Marinho disputa a segunda temporada como jogador do Fortaleza
Ex-Ceará, Santos e Flamengo, dentre outros clubes Marinho disputa a segunda temporada como jogador do Fortaleza / Eurasia Sport Images/GettyImages
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A viagem do Fortaleza para Pernambuco para enfrentar o Sport na Copa do Nordeste terminou em tragédia. O placar de 1 a 1 ficou em segundo plano, afinal, quando voltava ao hotel, o ônibus foi atingido por bombas caseiras e pedras atiradas por torcedores na região metropolitana de Recife (PE).

Seis jogadores foram encaminhados a um hospital. "O goleiro João Ricardo foi ferido com um corte no supercílio e o lateral-esquerdo Gonzalo Escobar sofreu uma pancada na cabeça, um corte na boca e um outro corte no supercílio. O lateral-direito Dudu, os zagueiros Titi e Brítez, e o volante Lucas Sasha foram feridos com estilhaços de vidro e tiverem que conter sangramentos", informou o Tricolor.

"Cenas de terror que a gente passou. Inadmissível que isso aconteça ainda. Às vezes nós atletas não protegemos nossa classe, vemos algumas coisas acontecendo com outras equipes e não nos posicionamos, só começamos a ver quando acontece com a gente. Poderia ter acontecido algo pior. Foi aterrorizante o que aconteceu, o estrondo de bomba, uma pedra gigantesca. Poderia ter acontecido algo muito sério, como aconteceu. Foram 14 pontos no Escobar, vários outros atletas que se cortaram e se machucaram bastante. Uma coisa que fica é: até quando? Vai esperar o quê? Alguém morrer, algum atleta passar mal? O que acontece é isso, a gente cada vez se sente mais desprotegido. O futebol brasileiro deu muitas oportunidades para certos tipos de pessoas, que se dizem torcedores de futebol, para cometer um crime. Isso foi uma tentativa... Foi terrorismo. Covardia muito grande. A gente sai para trabalhar, deixa família em casa, filhos, e aí você... A maioria dos meninos está enfaixado, cortado, muito machucado. A gente sai de casa sem saber se vai voltar. Eu quero saber das autoridades, da CBF, alguém precisa se pronunciar sobre isso, porque cada vez mais a gente está exposto de uma forma que... Pedra, bomba, e daqui a pouco? Já aconteceu com o Bahia, agora aconteceu com nosso time e qual vai ser o próximo?"

Marinho, atacante do Fortaleza

"Quero saber das autoridades como é que vai ser, se esses criminosos vão pagar por isso, se vão correr atrás. A princípio, a gente tem que voltar a jogar quando os meninos voltarem recuperados. A maioria dos meninos mal, muitos jogadores não vão voltar a treinar agora. Acho injusto a gente voltar a jogar até que tomem providências e esses bandidos sejam presos, sejam punidos e que eles possam ser banidos de ir ao estádio, de vestir a camisa do clube, porque isso já passou do ponto. A gente tem que cobrar as autoridades, quem é competente para resolver esse caso, e a gente tem que se unir cada vez mais, os atletas, senão daqui a pouco vai ver uma tragédia e isso não vai ser legal."

Marinho, atacante do Fortaleza

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Nota oficial da CBF

"A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) vem a público lamentar mais um episódio de violência ligado diretamente a uma partida de futebol, em um jogo entre Fortaleza e Sport de Recife pela Copa do Nordeste, ocorrido na noite desta quarta-feira (21), na Arena de Pernambuco.

O ônibus que transportava os atletas do Fortaleza após a partida, foi atacado por criminosos que arremessaram pedras na direção do veículo, ferindo jogadores e membros da comissão técnica. Há relatos de que artefatos explosivos também atingiram o ônibus.

"Desejo pronta recuperação a todos os jogadores e profissionais da comissão técnica que foram vítimas desse crime. A CBF seguirá implacável na cobrança e nas ações para que todo e qualquer ato de violência seja varrido do futebol brasileiro", disse o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.

É lamentável e inadmissível iniciar mais um ano chamando a atenção para este tema gravíssimo que é o da violência fora dos estádios. A CBF confia no trabalho da Polícia e das autoridades competentes, para que os responsáveis por estes atos sejam punidos exemplarmente, sem prejuízo de outras medidas cabíveis.

E que cada vez mais episódios como esses sejam varridos do cenário do futebol brasileiro."