Marinho entendeu o que é 'ser Santos', e sequência no clube pode alçá-lo a status de ídolo
Por Nathália Almeida
Grande destaque e principal artilheiro do Santos na temporada 2020, Marinho é um dos nomes que atiça o mercado de transferências neste momento. Ao emplacar pelo Peixe o ano mais prolífico de sua carreira profissional - em números gerais e em nível de atuações -, o atacante de 30 anos começa a receber as primeiras sondagens do exterior, cenário que coloca seu futuro a curto prazo como uma das questões mais importantes a serem definidas na Vila Belmiro.
De acordo com a apuração do UOL Esportes, nenhum dos contatos iniciais recebidos pelo estafe de Marinho encantou o jogador, que se mostra inclinado a seguir no Peixe, clube com o qual tem contrato até dezembro de 2022. O grande aliado do Santos nesta 'equação' é o sentimento do próprio atacante: identificado com o Alvinegro, acolhido pela torcida e obstinado a conquistar ao menos um título pelo clube, o camisa 11 só deve deixar a Vila em caso de proposta irrecusável.
Ao sair extenuado de campo a cada jogo, ao não desistir de nenhuma bola e ao não fazer questão de esconder sua tristeza e frustração com cada derrota, Marinho mostra que entendeu perfeitamente o tamanho do Santos e a grandeza da camisa que veste. Parecem coisas 'banais', mas na realidade são itens em falta, cada vez mais raros em um futebol brasileiro mecanizado e de relações tão rasas e robóticas. Sua emocionada entrevista após a perda do título da Libertadores tocou até mesmo quem não torce para o Peixe. E para o torcedor alvinegro, foi uma espécie de revelação: há jogadores que conseguem romper a fronteira da relação 'apenas profissional', e Marinho parece ser esse caso.
Seu sentimento sincero encurtou as distâncias para as arquibancadas: o santista se viu naquele choro, se identificou com aquela frustração. E esse tipo de conexão não acontece mais em profusão no futebol contemporâneo.
Por essa e por outras razões, a possível sequência de Marinho na Vila Belmiro, deixando de lado propostas até mesmo mais vantajosas financeiramente, seria um passo ainda maior do atacante rumo ao status de símbolo do clube: se davam apenas 4% de chance para o Santos avançar na Libertadores 2020, a mesma descrença geral pairou sobre Marinho quando ele chegou ao Santos. Não acreditavam que ele poderia ser um fator diferencial. Hoje, clube e jogador fizeram as duas teorias caírem por terra, prova de que esse 'casamento' foi feito sob medida.