Manifestação de Lyanco extrapola limites exigidos de um profissional de seleção brasileira
Por Fabio Utz
Um jogador de futebol, antes de tudo, é um ser humano. Isso, claro, todos concordam. Partindo deste princípio, ele tem direito de se chatear com algum fato e expressar publicamente este sentimento. No entanto, existe o chamado limite do bom senso, que foi extrapolado por Lyanco ao tomar conhecimento da convocação da seleção olímpica realizada pelo técnico André Jardine.
O zagueiro, revelado no São Paulo e que atualmente pertence ao Torino, da Itália, precisa entender que ninguém possui lugar cativo em relação alguma. Ele pode ter história na seleção de base, ele pode fazer parte da geração que conquistou o Torneio de Toulon de 2019. Pode tudo. Mas o treinador é quem decide, e cabe aos profissionais saberem lidar com eventuais frustrações.
Dizer que quem comanda a equipe não merece o respeito dos brasileiros é, no mínimo, insinuar que existe algo mais grave por trás de uma simples lista, que contemplou alguns nomes e deixou outros de fora. Aliás, mesmo que o pai do atleta tenha dito que muitas pessoas cuidam das redes sociais do seu filho e que a manifestação em questão não foi feita por ele, é o nome do profissional que fica prejudicado, ainda mais partindo de premissas falsas - citou também as ausências de jogadores como Matheus Cunha, que está machucado, e Paulinho, recém voltando de lesão - para justificar sua raiva.
Não. Definitivamente não é assim que se faz. Fica claro, mais uma vez, que há muito jogador brasileiro mimado e sem estrutura para lidar com situações que deveriam ser comuns, mesmo se achando injustiçados. O capitão de uma conquista (Toulon) pode, sim, ficar fora de uma convocação da seleção brasileira. E, supondo que realmente não tenha sido Lyanco a escrever, o fato fica ainda pior, pois é alguém que se esconde utilizando o próprio nome para ver a repercussão. Daí fica fácil. Simplesmente, lamentável.
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